Acredito que nas próximas semanas tenhamos a obra liberada para compra no site.
Quanto a segunda parte da história, antes que me perguntem, sim, já tem nome. Mas não vou revelar, pois quero deixar um pouco de mistério e curiosidade!
Para os curiosos e leitores de plantão, segue um trecho da nova obra:
"Já passava das nove horas quando resolvi dar uma
volta pelo gramado. A noite estava fresca, céu sem nuvens. Em passos lentos
segui até uma edícula localizada nos fundos da casa, admirando a copa das
árvores iluminadas pela luz da lua. Dama da Noite exalava seu perfume embevecendo
tudo que por ali passava.
Sentei-me à grama apoiando as costas em uma
árvore. Silêncio. A noite estava alta, parte da floresta já dormia. Enquanto
procurava não pensar em nada, ouvia a natureza conversar entre si. Fechei meus
olhos enquanto apreciava a sinfonia das cigarras. Senti meu corpo anestesiado,
aliviado de sentimentos ruins acumulados pela vida frenética de cidade grande.
Respirava fundo e sentia o ar puro limpar minha alma.
Não vi o tempo passar. A sensação que senti foi
de uma paz interior jamais antes sentida, um peso nas costas retirado por
completo.
Levantei-me rapidamente quando ouvi um barulho de
folhas secas sendo pisadas.
-Que susto! – Exclamei quando vi
que era o Rômulo a se aproximar.
-Desculpa, cara! Não quis te assustar...
-Pensei que fosse uma onça!...
-Onça? Aqui não tem onça... Uma jaguatirica até
poderia ser. Aceita uma cerveja? – Perguntou entregando-me uma latinha de
cerveja.
-Aceito!
-Você se incomoda se eu ficar aqui um pouco te
fazendo companhia?- Perguntou ele.
-Por mim tudo bem... Eu estava precisando um
pouco desse silêncio do campo...
-É eu sei.
-Como você sabe?
Sentando-se ao meu lado, ele
respondeu:
-Eu sei mais sobre você, do que você pode
imaginar, Gael.
Ficamos nos olhando por um tempo,
até que perguntei:
-Você pensa que me conhece depois de ter trocado
meia dúzia de palavras... Acha isso tempo suficiente?
Rindo, ele respondeu:
-E quem disse que eu te conheço desde ontem?
-Não estou entendendo aonde você quer chegar, Rômulo.
Apoiando sua latinha à grama, ele
aproximou-se de mim dizendo:
-Será que você ainda não percebeu que eu tô a fim
de você, Gael?
Fiquei sem saber como reagir. Por
mais que eu tivesse uma mente maliciosa, não havia percebido nada que desse a
entender um interesse da parte dele por mim.
-E desde quando você é gay? –
Perguntei levantando-me.
-Desde que nasci. E você, desde quando você
decidiu que ia virar gay?
-Eu nunca disse que era gay... Aliás, ninguém
escolhe “ser gay”.
-Então por que você me perguntou “desde quando eu
sou gay”?
-Porque não havia percebido em você nenhuma
atitude que insinuasse esse seu interesse por mim...
-Eu sei esperar o momento certo.
-E você julga ser esse o momento certo?
Após olhar para um lado e para o
outro, ele respondeu sussurrando:
-Gael... Estamos só nós dois aqui sem ninguém pra
testemunhar ou atrapalhar.
Levantando-se
e caminhando em minha direção ele olhou dentro dos meus olhos, puxou meu corpo
para junto do seu e com suas costas apoiadas à árvore iniciou um beijo. Que
beijo! Fechei meus olhos e me entreguei, deixando que ele fizesse o que
quisesse."