Engraçado como são as coisas nesse país. Até agora eu havia me decidido manter silêncio sobre o acontecido, mas depois da proposta "pornográfica" que recebi hoje, resolvi desabafar. Devido aos pedidos dos leitores, resolvi publicar a obra UM ESTRANHO DENTRO DE MIM independente. Solicitei os serviços de uma grande prestadora de serviço impresso em São Paulo, e comprei uma pequena tiragem de 20 livros para dar alguns aos amigos e comercializar outros para aqueles que queriam.
Fiz o depósito de 50% do absurdo valor imediatamente, e 3 dias depois foi até a empresa ver um exemplar modelo de como ficaria em série. Pedi alguns ajustes de páginas, capa, e corte. Dois dias depois um segundo exemplar já estava pronto, então voltei lá e refiz a revisão. Para não voltar uma terceira vez, resolvi aprovar a impressão em série mediante a alteração que eu havia solicitado nos 2 relatórios. Pois bem, o prazo de 2 dias úteis para entrega se estendeu a 5, nunca ficava pronto.
Recebi os 20 exemplares em casa, e ao abrir um para sentir a sensação de ter sua primeira edição impressa fiquei surpreso, pois minhas solicitações não haviam sido seguidas. Liguei para a vendedora e reclamei. Vieram buscar. Cinco dias úteis depois me trouxeram outra série, refeito sem os erros anteriores. Quando observei os livros estavam todos tortos, menor que a medida solicitada, sobrando capa de um lado e faltando no outro. Fiquei muito chateado. Falei com eles novamente e levei os livros, que de 20 apenas 6 haviam ficado perfeitos como eu pedi. Em reunião com a gerência, expliquei como eu os queria, e mostrei os problemas e defeitos nas obras que haviam me entregue. Pediram-me inúmeras desculpas e sai de lá satisfeito, na certeza de que o problema certamente se resolveria. Sete dias depois recebi os livros em casa. Comecei a revisar um por um, e como já era de se esperar, problemas na confecção do hotmelt, além de 0,5 cm a menos.
Reclamei novamente e pedi para que o material fosse retirado, pois me senti passado para trás. Para minha surpresa, recebi o comunicado de que os trabalhos são feitos quase que de forma artesanal, e sendo assim não tinham como ficar perfeitos como eu queria, não estavam a minha altura e por isso eu deveria passar os dados da minha conta para que parte do dinheiro fosse devoldido. Ótimo!
Hoje, recebi uma proposta estúpida, de que se eu quisesse eles venderiam pra mim os livros a preço de custo, e caso eu nao quisesse eles seriam destruídos. Defeituosos, não tenho o que fazer com eles, e sugeri que doassem a bibliotecas, escolas e instituições que os reaproveitassem. A resposta que recebi foi que por haver custos, os livros iriam para o lixo se eu não quisesse.
Esse acontecimento me fez refletir sobre a situação em que vivemos nesse país. Essa desigualdade social, pessoas passando fome, desemprego, tudo por causa da ganância e egoísmo das pessoas. Escolas públicas sem carteiras para as crianças estudarem e ninguém se move para trabalhar em prol disso, mas fazem multirão para fazer cadeiras ao Papa e seus seguidos em visita ao Brasil. Qual a finalidade de ajuda? Com o que "Deus" ficaria mais feliz em ser ajudado?
Olha como as coisas são, você não doa porque lhe teve um custo, mas se jogar no lixo esse custo lhe será ressarcido? E as árvores que foram sacrificadas para se fazer o papel utilizado, o tempo gasto, a energia elétrica... E por incrível que pareça, ainda assim querem construir um mundo melhor. Dessa forma?
Lu Mounier
2 comentários:
Sinceramente... fiquei boquiaberto com o que eu li... infelizmente as coisas funcionam dessa maneira, mas até quando isso !? Esse é o Brasil em que vivemos!
- Bidu -
Oi primeiramente eu gostaria de parabeniza-lo pelo seu livro "UM estranho dentro de mim' É muito bom eu me emocionei bastante, eu gostaria de saber algumas coisas sobre a historia, se vc tem contato com Daniel, qual era a idade dos dois , o ano que se passou enfim.
Teria como vc me mandar um email respondendo essas perguntas.
ub.silva@yahoo.com.br
Sou seu fân obrigado por tudo
ass:Weberson
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