
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O tobogam da habitação

domingo, 28 de novembro de 2010
Download: Um estranho dentro de mim
sábado, 27 de novembro de 2010
Atenção passageiros...
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Que a paz esteja com os cariocas
Preparem os tanques, nós vamos entrar! Organizem os homens, reúnam as armas e forças armadas. O apoio do governo federal é total, e lá vão eles para os morros cariocas enfrentar os traficantes. Tiro pra lá, tiro pra cá. Inocentes morrem, e a população culpa a polícia. Os bandidos? Esses são os mocinhos, correndo amedrontado pelas matas e morros, armados. A vilã, polícia, os perseguem. Violência cadê? Está lá, misturada à bagunça que se torna cada vez mais inevitável, ambos consequentes. O transtorno afetando a todos os setores, tornando a cidade cada vez mais quente. Incêndio vai, incêndio vem, e quem sofre são os ônibus e carros, que nada têm com isso, resumidos às cinzas.
Para limpar o Rio de Janeiro nada de alvejante, só bala! Estão varrendo as ruas com tanques de guerra, e com a casa limpa, as visitas entrarão satisfeitas. Que se abram as portas do Rio ao mundo! Lá vem elas, serão duas, uma se chama Copa e outra Olimpíadas. O que todos esperam? Que a limpeza prevaleça, e que a cidade maravilhosa faça jus a referência de beleza reconhecida mundialmente.
sábado, 20 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Lá vem o ENEM

sábado, 30 de outubro de 2010
Os órfãos do Brasil!

Viva o Brasil, pai de todos seus filhos órfãos! Pátria mãe, salve, salve! A cada eleição vemos a busca daquele que suprirá as carências desse povo esquecido, do pobre coitado que nunca teve a oportunidade merecida. Contentam-se com uma casinha modesta de programas sociais eleitoreiros, uma bolsa que caiba algo que lhes sirva.
Para quem quer fazer faculdade tem a bolsa PROUNI. Para quem tem filhos e não possui condição financeira de cuidar tem o Bolsa Família, o Bolsa Gás, Leve Leite. Se você não tem terras, não se preocupe... O governo concede Bolsa Invasão, e com direito a aposentadoria! Está desempregado? Acalme-se, temos o Bolsa Desemprego, e se achar difícil as questões do vestibular pode apelar para as bolsas das Cotas Étnicas e Sociais. Não é uma maravilha?!
Pegue sua dentadura e seja feliz. Ou então assine um papel regularizando sua palafita ao redor do manancial ou morro, tendo posse da sua moradia sem saneamento básico, mas o importante é que o barraco é seu! E se cair, foi feita a “vontade de Deus”. Viva todos aqueles que agradecem pelos pais desse Brasil de contrastes! Vamos aplaudir a democracia dessa nação que elege governadores corruptos, deputados assassinos, ministros e senadores tão delinquentes e perigosos quanto aqueles que abrigam os presídios abarrotados e super populosos dessa terra abençoada, aqueles mesmos que tentam distorcer leis a beneficiar a si próprios, como a Lei da Ficha Limpa.
Cometeu um delito e foi recluso? Pra tudo existe uma solução, e a mais nova delas chama-se Auxílio Reclusão. Magnífico! Isso mesmo, para você que está detido e possui família, agora o governo lhe concede R$ 798,30 por filho, dessa forma o futuro das crianças está garantido (Portaria nº 48, de 12/2/2009, do INSS). Mas atenção! Se está pensando em cometer algum, faça-o somente nas vésperas das eleições, porque segundo a lei eleitoral, ninguém pode ser preso se não pego dentro do flagrante. Parece um sonho! Mas não é, por incrível que pareça é a mais pura realidade desse país chamado Brasil. Ficou animado? E por aí vem mais, em breve teremos novas mudanças e graças à democracia dessa nossa população esclarecida, o desmatamento à floresta Amazônica será isento de punições, consuma quem quiser e puder!
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
02 de Janeiro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
"Aquele que nunca pecou, que atire a primeira pedra?!"
domingo, 3 de outubro de 2010
Capa: O JARDIM DA LUZ - O reencontro do amor eterno
sábado, 2 de outubro de 2010
Histórico dos candidatos ao Senado
Candidato 1
O pai, fundou a escola de idiomas Yazigi e a Fundação SOS Mata Atlântica.
A mãe, foi premiada pela UNESCO por seus programas para capacitação
profissional.
Começou a trabalhar na empresa do pai aos 16 anos e levou-a ser um dos
maiores cases de sucesso de franquias no mundo.
Fundou a Associação Brasileira de Franchising, e foi presidente da
associação por 3 mandatos consecutivos.
Fez parte dos movimentos estudantis na época da ditadura militar
brasileira. , Atuou na AP – Ação Popular, mas abandonou o movimento
devido às sua crença na não-violência.
Começou a praticar sustentabilidade antes mesmo de o termo ter sido
inventado, e por isso foi um dos redatores da Carta da Terra – A
declaração de princípios éticos e fundamentais para construção de uma
sociedade justa, sustentável e pacífica.
Pós-Graduado em filosofia pelo IBMEC.
Autor do programa de capacitação de professores no Institute for the
Advancemente of Philosophy for Children, na Montclair State University.
Voluntário em capacitação de professores em escolas públicas, devido ao
seu interesse de educação por qualidade.
Integrante do PNBE – Pensamento Nacional de Bases Empresariais onde
implementou projetos de adoção de escolas públicas por parte de empresas.
Presidente do conselho deliberativo do instituto Ethos. Fundador do
Uniethos – a sua divisão educacional. Projetou o instituto com suas
participações em fóruns internacionais como o Pacto Global das Nações
Unidas, o Global Report Iniciative, a 26000, o fórum Econômico Mundial.
Iniciou a disseminação da responsabilidade social empresarial como uma
nova dimensão nos negócios.
Um dos três fundadores do Movimento Nossa São Paulo.
Um dos fundadores do fórum Amazônia Sustentável.
Convidado para participar do projeto Elias – do Massachussets Institute
of Technology para incentivar a inovação de lideranças sistêmicas ligadas à sustentabilidade.
No final de 2007, aproximou-se de Marina Silva e, juntos com outras
lideranças empresariais e ambientais, conceberam o movimento Brasil
Sustentável, que visa engajar diversos setores da sociedade – empresas,
governos, academia e organizações da sociedade civil – na construção de
uma sociedade responsável, justa e sustentável.
Filósofo, praticante de yoga e da filosofia de não violência de Ghandi,
Músico e compositor de violão erudito.
Candidato 2
Casou-se aos 15 anos e aos 16, montou um grupo de pagode
Em 2001 abandonou o grupo em prol de sua carreira solo. É pai de 7 filhos
e praticante de violência doméstica contra sua esposa.
Apresentou o programa Show da Gente no SBT. Em 2008, aproveitou sua fama
artística e foi o terceiro vereador mais votado na cidade de São Paulo.
Também por meio de eleição, foi presidente da Comissão Extraordinária de
Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude da Câmara
de São Paulo. Foi também escolhido como relator da Frente Parlamentar em
Defesa das Pessoas em Situação de Rua. Também é membro da Comissão de
Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ).
Como integrante desses grupos, ganhou notoriedade ao agredir o repórter
Vesgo em frente às câmeras.
Candidato 3
Formado em direito pela USP, onde também lecionou a matéria.
Por conta de ações contra a ditadura foi exilado na França, onde estudou
Economia Política e foi professor de Português.
Foi diretor do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em Paris.
Foi deputado Estadual duas vezes e líder do Governo Franco Montoro. Foi
Deputado Federal 3 vezes, primeiro pelo PMDB e depois pelo PSDB.
Foi vice-governador do Estado e Secretário Estadual de transportes.
Foi ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Ministro da
Justiça e Secretário do Governo e Prefeitura de São Paulo.
Responsável pela articulação política entre as pastas de governo e
município.
Suas principais realizações foram:
- fim da taxa do lixo, criada por Marta Suplicy e isentou da taxa de
iluminação pública os moradores de ruas não iluminadas.
- construção de 46 novas escolas, substituindo outras 44 em condições
inadequadas, as chamadas escolas de lata, favorecendo cerca de 35 mil
crianças que estudavam nas antigas escolas.
- grande incentivador da Virada Cultural.
- na saúde firmou novamente convênio com a FURP, retomando a fábrica de
remédios do governo do estado de São Paulo, que passou novamente a
fornecer remédios à prefeitura.
- integração do Bilhete Único ao Metrô.
- construção de 2 Hospitais (Hospital Cidade Tiradentes e o Hospital
M’Boi Mirim).
- Construção de 11 Novas Unidades Básicas de Saúde
- Construção de 50 AMAs
- serviço de pronto atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou
Pronto-Socorros, com capacidade de atendimento de até 300 pessoas/dia por
unidade.
- Implantação do Programa Remédio em Casa
- entrega domiciliar de medicamentos a pacientes com doenças crônicas
(diabetes e hipertensão).
- A chamada Lei Cidade Limpa é uma lei contra a poluição visual no
município de São Paulo que está em vigor desde o dia 1º de janeiro
de 2007. Proposta e sancionada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab.
Candidato 4:
Foi investigador, Delegado de Polícia. É formado em Direito pela USP.
Foi diretor do DOPS (polícia da ditadura) de 1977 a 1982 quando tornou-se
superintendente geral do DOPS paulista.
Capturou o mafioso italiano Tommazo Buscetta. No governo Collor, foi
Secretário da Receita Federal.
Foi presidente do Instituto Brasileiro de Assuntos Estratégicos.
Membro do Conselho de Ética Parlamentar
Atualmente é senador e defende o filho sobre as acusações de envolvimento
com a máfia chinesa, acusações essas surgidas após o filho assumir o
Conselho Nacional de Combate à Pirataria e enriquecer 416% em menos de um ano.
Candidato 5:
Seu pai foi o megaindustrial Luís Afonso Smith de Vasconcelos.
Educada em escolas francesas Des Oiseaux e Nossa Senhora de Sion. Tem 3 filhos e 5 netos.
Psicóloga e Psicanalista, com mestrado em Psicologia Clínica pela Michigan State University, e pós graduada pela Standford University.
Ficou famosa pela atuação política do marido, e adotou seu nome quando foi Apresentadora da TV Mulher nos anos 80.
Tem 9 livros editados.
Após o divórcio, continuou usando o nome do marido.
Foi deputada federal entre 1995 e 1998. Nesse período apresentou dois
projetos: A da parceria civil para pessoas do mesmo sexo (1996) e a
política de cotas para mulheres na política.
Eleita Prefeita em São Paulo com 58% dos votos em disputa direta contra
Maluf, criou a taxa do lixo, o bilhete único e os CEUS. Ganhou
notoriedade ao inaugurar obras às vésperas da eleição, como o túnel na
avenida Rebouças, que ficou inundado e teve que ser fechado para obras
novamente 3 dias após sua inauguração. Obteve cerca de 32% dos votos na
eleição seguinte.
Ministra do Turismo do Governo Lula, lançou o Viaja Mais Melhor Idade.
Famosa pela frase: " Relaxe e goze !"
Candidato 6:
Músico, cantor e apresentador, tem o ensino fundamental incompleto.
Participou de “A praça da Alegria”, “Vende-se um véu de noiva”, “Ô
coitado” e “A praça é nossa.”, Pequenos Brilhantes, A Mulher é um Show
Concurso de Paródias, “nome do candidato” Show e “nome do candidato” TV.
Desligou-se do SBT ao receber o convite para ser candidato. Atualmente
vive uma rixa com os donos de seu partido, acusando-os de censura e de
não conseguir passar sua mensagem.
ESCOLHEU ? PRECISAMOS ESCOLHER 2 hein ?... Agora saiba quem são:
Candidato 1: Ricardo Young, 430.
Candidato 2: Netinho de Paula, 650.
Candidato 3: Aloysio Nunes, 451.
Candidato 4: Romeu Tuma, 141
Candidato 5: Marta Suplicy (Marta Smith de Vasconcelos): 133
Candidato 6: Moacir Franco, 177
Agora, veja como estão as pesquisas:
Netinho 28%;
Marta 35%;
Romeu Tuma 21%;
Aloysio Nunes 16%;
Ciro 12%;
Moacyr Franco 9%;
Ana Luiza 4%;
Ricardo Young 3%;
Se você não quer que esses números virem realidade, encaminhe esse e-mail para seus conhecidos!
Só muda se você mudar!
VOTE CONSCIENTE.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Justiça!
Tudo. Esse exemplo mostra claramente a sociedade brasileira, injusta e egoísta. Quando você separa as pessoas e as classifica dessa forma, cria-se a desigualdade baseada no preconceito. Não entendeu? Vou ser mais claro. Assim como aquelas pessoas que agrediram Geyse verbalmente e quase fisicamente na faculdade (Que deveria estar fechada para todo sempre) chamando-a de todos os nomes possíveis, os administradores públicos classificam a nossa sociedade. Em bairros ricos as ruas possuem asfalto liso, ruas limpas, as praças são iluminadas, as passarelas são arquitetonicamente pensadas e mescladas ao paisagismo, os parques possuem obras de arte, entre muitas outras coisas que não se faz em bairro de pobre. Pra quê? Pobre não precisa de nada disso. Faz um cercado com algumas árvores no fim do quarteirão e coloque o nome de alguém, chamando-a de praça. Vamos construir uma passarela de madeira e ferro só pra quebrar um galho, depois a gente constrói uma de cimento batido para "essa gente parar de reclamar". Metrô com ar condicionado não é preciso, porque essa gente nem sabe o que é isso.
Ainda não ficaram claros os exemplos? Então apenas compare a Estação Corinthians Itaquera do metrô e a Estação Faria Lima. Não preciso dizer mais nada, né? Agora, se você acha que isso é normal, parabéns! Graças a pessoas como você esse país continuará no terceiro mundo, mesmo sendo a quinta maior economia.
domingo, 12 de setembro de 2010
Vote na Dilma! - Por Arnaldo Jabor
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
As duas Galinhas
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Se fosse eu...

Quando Armadinejad disse que o Holocausto não existiu, tornou-se notícia no mundo inteiro, causando o maior rebuliço essa história. Afinal, as pessoas são obrigadas ou não a acreditar que um massacre existiu? Sim, são obrigadas. Existem leis em alguns países que punem aqueles que disserem em público que tal atrocidade não existiu. Mas fico pensando... As pessoas não podem ter o direito de desacreditar que aquilo aconteceu?

domingo, 15 de agosto de 2010
A história do rato
Recebi esse e-mail e, achando divertido, resolvi postá-lo.
Certo dia, um homem entrou numa loja de antigüidades e se deparou com uma belíssima estátua de um rato. Bestificado com a beleza da obra de arte, ele correu ao balcão e perguntou o preço ao vendedor:
- Quanto custa?
- A peça custa R$ 50 e a história do rato custa R$ 1.000.
- O quê? Você ficou maluco? Vou levar só a obra de arte.
Feliz e contente o homem saiu da loja com sua estátua debaixo do braço. À medida que ia andando, percebeu mortificado que inúmeros ratos saíam das lixeiras e bocas de lobo na rua e passaram a segui-lo.
Correndo desesperado, o homem foi até o cais do porto e atirou a peça com toda a sua força para o meio do oceano. Incrédulo, viu toda aquela horda de ratazanas se jogarem atrás e morrerem afogadas.
Ainda sem forças, o homem voltou para o antiquário e o vendedor disse:
- Veio comprar a história, não é?
- Não, eu quero saber se você tem uma estátua da Dilma.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
O menino das meias vermelhas
Um dia, perguntaram porque o menino das meias vermelhas só usava meias vermelhas. Ele contou com simplicidade: - "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Botou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei, comecei a chorar, disse que todo mundo ia zombar de mim por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que se me perdesse, bastaria olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas saberia que o filho era dela".
Os garotos retrucaram: - "Você não está num circo! Porque não tira essas meias vermelhas e joga fora?"
Mas o menino das meias vermelhas explicou: - "É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Um dia quando ela passar por mim, vai me encontrar e me levará com ela".
Carlos Heitor Cony
Eu os declaro Marido e Marido!
Quer saber por que o Brasil não vai pra frente? Repense...
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
O jantar com o Führer...
"Cheguei em casa e segui direto para meu quarto. Ao abrir a porta, sobre minha cama avistei um belo traje de gala.
-Hans! - Exclamou mamãe ao me ver. -Trate de se apressar. Vá se lavar e vista-se para sairmos.
-Sairmos?
-Ja!
Provavelmente iríamos para algum evento especial, pois seu vestido estava impecável.
-Mutter... Não me diga que será mais um jantar político de papai?
-Acertou! - Confirmou aparentemente furiosa.
-Gott!... Diga que adoeci e não poderei estar presente. - Pedi deitando-me à cama.
-Não!
Nesse momento Patrick apareceu trajado com sua farda Gestapo, dizendo-me com seu olhar sarcástico e tom debochado:
-Ainda não está pronto para o jantar do Führer, fedelho?
-Jantar do Führer!? - Levantei-me assustado.
-Ja, Hans... Seu pai e família foram convidados para jantar com o Führer...
-Mas Mutter...
-Nem pense em recusar, fedelho...
Encostando a porta, mamãe pediu-me encarecidamente:
-Hans, pelo amor de Deus, não desaponte seu pai. Vista-se para esse jantar...
-Mas Mutter...
-Por mim!
Levei um tempo para pensar. Relutei contra minha vontade, porém, olhando os olhos de mamãe ao pedir daquela maneira, não resisti e acabei cedendo.
-Humpf... Está bem.
Seguido de um suspiro, ela agradeceu aliviada:
-Obrigada, filho..."
domingo, 1 de agosto de 2010
As comparações...
As desigualdades sociais, o egoismo, a política corrupta, a violência, tudo se explica com tais comparações. Ser o melhor... Prefiro apenas ser Lu Mounier!
sábado, 26 de junho de 2010
As enchentes do Nordeste...

sexta-feira, 18 de junho de 2010
E lá vamos nós...
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Um sério problema...
Peço desculpas a todos que acompanham meu trabalho!
Lu Mounier
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Projeto de Lei...
domingo, 11 de abril de 2010
Compra-se um pai

domingo, 21 de março de 2010
Colocando o Brasil em ordem!?...
O Jardim da Luz: Amostra 1º Capítulo

01
Dizem que se leva um minuto para conhecer uma pessoa especial, uma hora para amá-la e uma vida inteira para esquecê-la. Por mais que o tempo passe, existem coisas que jamais apagaremos da memória, cicatrizes deixadas pela vida que nos acompanharão para sempre.
Filho de pais alemães, nasci e cresci em São Paulo, onde morei por doze anos até minha família voltar à Europa. Devido a crise que o continente enfrentou pós guerra, a empresa em que meu pai trabalhava encerrou suas operações no Brasil, o transferindo para a matriz em Berlim.
A Europa estava vivendo um caos depois da Primeira Guerra Mundial. A Grã-Bretanha e a França tinham grandes dívidas com os EUA e tinham a intenção de fazerem a Alemanha pagá-las.
Com sua derrota na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha sofreu enormes prejuízos. Assinado em 1919, o Tratado de Versailles foi um acordo de paz assinado pelas potências européias que encerrou oficialmente as batalhas. Após seis meses de negociações em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de Novembro de 1918, em Compiègne, que havia posto um fim aos confrontos.
O principal ponto do Tratado de Versailles obrigava a Alemanha a arcar com as dívidas de guerra, pagando altas indenizações, além de abrir mão de territórios coloniais e próprios, tendo ainda que adotar o processo de desmilitarização de seu país, não podendo dispor de quaisquer tipos de fortificações, tendo seu exército limitado a 100 mil homens.
Na realidade esse tratado foi uma medida punitiva, culpando a Alemanha, Áustria e Hungria pela guerra e impondo reparações ilimitadas e mal definidas aos Poderes Centrais. A conseqüência desse processo foi o empobrecimento do povo alemão e um gigantesco processo inflacionário. O marco¹ perdeu espaço para o dólar. Em novembro de 1918, um marco valia 25 centavos de dólar, e já em 1922, caiu para 400 marcos para um dólar. No ano seguinte, mais precisamente em novembro de 1923, o poder de compra do dinheiro diminuía quase que a cada hora. Os alemães se apressavam para converter suas economias caso tivessem alguma em bens duráveis.
¹ Marco: moeda alemã antes da incorporação do Euro.
Aceitar a idéia de mudar para o velho continente foi difícil, principalmente pelas razões climáticas, os amigos. O que eu não sabia, era que minha vida mudaria para sempre.
Em meu quarto eu lia um livro que trouxera do Brasil, somente com a luminária ao lado direito da minha cama ligada, além do aquecedor. O frio que fazia naquela noite despertava-me vontade de chorar, mesmo agasalhado.
A primeira noite foi a pior de todas, pois não tínhamos vestimentas apropriadas para aquele clima, nos fazendo quase congelar.
Logo quando o dia amanheceu meu pai foi trabalhar, ficando apenas eu, meu irmão e minha mãe. Desci para tomar café da manhã, tremendo feito uma vara verde.
Colocando o bule sobre à mesa, minha mãe falou:
-Hans, preciso que você vá comigo até a loja de tecidos.
-Fazer o quê?
-Vou comprar tecido. Não temos muito dinheiro para gastar com alfaiate e precisamos de boas vestimentas para passar o inverno.
-Por que a senhora não leva o Patrick?
-Porque ele ficará estudando.
-Humpft... Tudo bem.
Mesmo que eu não concordasse em ir, ela obrigaria-me de qualquer jeito. Nossa educação sempre foi muito rígida, tendo os pais como soberanos de tudo. Claro que eu não concordava com tais regras, porém, contrariar não adiantaria muito, apenas levaria-me para cama mais cedo, e certamente acompanhado de uns puxões de orelha.
Caminhando apressado, tentava acompanhar os passos de minha mãe em direção à loja de tecidos.
Tomando a frente, minha mãe empurrou a porta, entrando rapidamente, comigo logo em seguida. Quase a deixei bater, pois ventava muito naquele momento.
Aproximando-se do balcão, mamãe olhava de um lado para o outro as pilhas de tecidos, ao mesmo tempo em que tirava suas luvas.
Não demorou muito para que uma senhora nos abordasse:
-Bom dia!
-Bom dia. Quero ver alguns tecidos para fazer roupas de inverno.
-Ah sim! Acompanhe-me, por favor. - Disse aquela senhora caminhando em direção às prateleiras.
A loja tinha alguns adereços estranhos, provavelmente provindos de outra cultura. Conforme minha mãe ia pedindo, o senhor que estava no balcão ia medindo, cortando e embrulhando os tecidos.
Ambiente sombrio, cheirava a couro. A porta de entrada nos permitia visualizar os bondes e pessoas pela rua passar, pois da metade para cima era de vidro.
Depois de muito esperar, eis que ouço meu nome:
-Hans... - Chamou minha mãe.
-Senhora?
-Venha me ajudar com os pacotes.
-Sim.
Quando voltei ao balcão e vi aquela pilha de pacotes amontoados, tive vontade de chorar. Nunca pensei que minha mãe fosse comprar tanto, sobrando, claro, para eu carregar.
-Quanta coisa! - Exclamei abismado.
-Aguarde um momento que vou lhe ajudar com os pacotes.
-Sim. - Respondeu minha mãe colocando suas luvas.
Caminhando por um longo corredor, gritou o senhor:
-Eliezer!... Eliezer!...
-Chamou, pai?
-Ajude essa senhora e seu filho com os pacotes.
-Sim.
Que alívio! Pelo menos eu não levaria tudo sozinho. Assim como seus pais, aquele garoto era estranho, sério, usando um chapéu na cabeça igual ao daquele senhor.
Durante todo o caminho ele permaneceu calado, caminhando apressado para tentar nos alcançar. Após quase ser atropelado por um bonde, minha mãe pegou em sua mão, e a partir de então passou a puxar assunto com ele:
-Qual sua idade, Eliezer?
-13.
-Você tem irmãos?
-Sim.
Suas respostas eram curtas, provavelmente devido a sua timidez.
-Quantos irmãos você tem?
-Tenho uma.
-E qual o nome dela?
-Ashira...
-É mais velha?
-Sim, Ashira tem 15 anos.
Ao chegarmos em casa, colocamos os pacotes sobre a mesa da cozinha. Tirando suas luvas, mamãe disse acendendo o fogão:
-Sente-se à mesa, Eliezer. Vou lhe servir algo para aquecer do frio.
-Desculpe, senhora, mas não posso demorar...
-Não se preocupe, não irá demorar nada.
-Tudo bem... Danke!
Tomamos um chá com biscoitos, os três sentados à mesa. Aos poucos o Eliezer foi se soltando e conversando mais, deixando-me confuso com toda aquela história de judeu que eu não entendia nada. Até que ele se mostrou um garoto legal, diferente da primeira impressão fechada e isolada que se mostrou logo no início.
Após o chá, o Eliezer partiu dizendo que precisava voltar logo para a loja para ajudar seus pais, e eu, tranquei-me no quarto para ler um pouco os livros que trouxera do Brasil. Envolvi-me com a história que nem percebi o tempo passar, até ser interrompido por alguém batendo a porta.
Segui até o corredor, olhei de um lado para o outro e não vi ninguém.
-Mutter¹? - Chamei. - Patrick?
¹Mutter: mãe
Ninguém respondeu. Tudo indicava que não havia ninguém em casa. Sendo assim, fui até a sala para ver quem era. Espiei pelo buraco da fechadura, mas não consegui ver ninguém.
Abri a porta e avistei aquele garoto estranho, segurando um pacote nas mãos.
-Hallo! - Exclamei surpreso.
-Oi... A senhora Gisela está?
-Acho que não...
Ficamos um tempo olhando um para a cara do outro, até que sugeri:
-Entre, acredito que ela não vá demorar.
-Danke!
-Sente-se. - Falei fechando a porta.
-Danke!
Sentei-me no outro sofá frente ao seu. Silêncio. Apenas o pêndulo do cuco na parede soava, e às vezes o bonde ao passar pela rua.
-O que aconteceu com seu chapéu? - Questionei curioso.
-É uma kipá².
-Kipá?
-Sim.
-Pra que serve?
-A kipá deve estar sempre sobre a cabeça, lembrando que há alguém acima de nós observando todos nossos atos. Isso faz com que reflitamos mais sobre nosso comportamento e nossas ações.
-Hum... E por que você não tira ela?
-Não podemos tirar, só pra tomar banho.
-Nem pra dormir?
-Nem pra dormir.
-Hum... Achei vocês um pouco estranhos.
-Por quê?
-Não sei...
-Humpft... Deve ser porque somos judeus.
-Judeu?
-Ja... Cultura judaica. Nunca ouviu falar?
-Não.
-Nossa!... Mas você também é estranho.
-Eu?
-É... Seu jeito de falar...
-Bem, na verdade sou brasileiro.
-Brasileiro?
-É... Meus pais são alemães, mas eu nasci no Brasil.
-Onde fica o Brasil?
-Fica na América.
-É bonito lá?
-Sim... Eu tenho um retrato, quer ver?
-Quero!
-Vem comigo...
Seguimos até meu quarto, correndo. Empurrei a porta que estava entreaberta, abri a gaveta do criadomudo e falei sentando-me à cama:
-Olha!
-Nossa!... Parece um lugar bonito... Onde é?
-Praça da República, em São Paulo.
-São Paulo é a capital do Brasil?
-Não, a capital é Rio de Janeiro.
-Entendi. Quero um dia poder conhecer o Brasil...
-Se quiser eu te levo quando eu for.
-Quando?
-O mais rápido possível... Não vejo a hora de voltar para o calor brasileiro.
-Por quê? No Brasil não faz frio?
-Faz, mas não como aqui na Alemanha. Bom, pelo menos em São Paulo...
-E do que você mais sente falta dessa cidade?
-Humpft... Da garoa nas tardes paulistana... De tomar chá com minha mãe no Jardim da Luz...
-Jardim da Luz?
-É... Em frente tem a estação de trem...
-Acho que terei muita coisa pra conhecer em São Paulo.
-Vou te apresentar para os meus amigos, e faremos um campeonato de peão.
-Você também joga peão?
-Sim.
-Que legal! Adoro brincar com peão, mas não tenho com quem...
-E os garotos da sua rua?
-Eles não gostam de mim...
-Ué... Por quê?
-Porque sou judeu.
-O que acha de brincarmos juntos?
-Adorei a idéia! Mas agora preciso ir.
-Mas já?
-Sim... Hoje é sexta feira, dia de Shabat¹.
-Quem é Shabat?
-Depois te explico.
-Humpft... Ta bom.
-Entregue isso a sua mãe. - Entregou-me o pacote.
-Tudo bem.
Corremos até a porta e ao abri-la, fiquei olhando ele correr pelo corredor e antes que ele descesse a escada chamei:
-Eliezer!?
-Ja?
-Você volta?
-Volto!
Após trocarmos um sorriso, fechei a porta e ele foi embora. Confesso que fiquei feliz, pois acabava de ganhar um amigo naquela terra de pessoas estranhas e fria. Até que ele não era tão esquisito quanto aparentava, e gostava de peão, algo que eu também adorava.
Pouco tempo depois minha mãe chegou com uma sacola. Encontrando-me na sala, exclamou fechando a porta:
-Hans!
-Mutter! Onde a senhora estava?
-Fui ao armazém comprar alguns botões.
-Ah!... O filho do dono da loja de tecidos esteve aqui. - Falei seguindo-a até a cozinha.
-Pra quê?
-Veio te trazer esse pacote.
Franzindo as sobrancelhas, colocou o pacote sobre a mesa e abriu para ver o que era.
-Ah! Mais tecido...
-A senhora comprou mais?
-Não, esse foi o que esqueci na loja.
-Hum.
Ouvimos a porta da sala bater. Olhamos para o corredor, mas não vimos ninguém passar. Segui até a sala e avistei meu pai sentado ao sofá com a cabeça baixa apoiada com as mãos.
-Vater!... Está tudo bem?
Ele não respondeu. Voltei a cozinha e falei para minha mãe que lavava as batatas:
-Mutter, o vater está estranho.
-O que ele tem?
-Não sei...
Após enxugar suas mãos, seguiu até a sala preocupada.
-Oliver... O que acontece?
Vagarosamente ele levantou sua cabeça e olhando para minha mãe falou com uma expressão cansada:
-Fui demitido.
-Demitido? Ceus!...
Incrédula, sentou-se ao sofá. Fiquei sem entender nada, pois não sabia o significado de “demitido”.
Durante quase todo o jantar o silêncio predominou, até o papai começar a falar:
-Bem... Nossa situação financeira agora vai ficar um pouco mais difícil...
-O que aconteceu, vater? - Perguntou meu irmão.
-Hoje fui despedido da empresa.
Sussurrando, perguntei a mamãe sentada ao meu lado:
-O que isso quer dizer, mutter?
-Quer dizer que seu pai não trabalha mais na empresa.
-Nossa!
Angustiada, minha mãe sugeriu:
-Vou amanhã até a loja de tecidos ver se eles aceitam de volta os tecidos que comprei...
-E morrer de frio no inverno europeu? Não seja louca, daremos um jeito para conseguir dinheiro.
-Mas Oliver, enquanto não houver outra alternativa...
-Por enquanto não estamos morrendo de fome!
-E se vendêssemos tudo e voltássemos para o Brasil?
-Jamais! Lutaremos unidos pela Alemanha.
-Pois então não reclame se amanhã nossa família tiver que morar nas calçadas de Berlim.
Sem mais uma palavra ela seguiu para seu quarto. Assustado, olhei para o Patrick que mordia seu pão como se nada estivesse acontecendo. Permaneci calado, assim como todos à mesa.
Durante a madrugada levantei para ir ao banheiro. Quando voltava ao quarto avistei mamãe sentada ao sofá da sala, no silêncio da escuridão ao lado da tímida clara do abajur. Apoiei minha mão sobre o batente da porta e a observei por um tempo.
Percebendo minha presença, enxugou rapidamente suas lágrimas questionando:
-Hans... O que faz acordado uma hora dessas?
-Levantei para ir ao banheiro. - Respondi caminhando até ela.
Sentando-me ao seu lado, perguntei:
-Mutter... Não quero vê-la chorando.
-Não estou chorando.
-Está sim... Eu vi.
-Faden!
-Mutter... Tudo vai se resolver, a senhora vai ver.
Abraçando-me, ela comentou:
-Tenho certeza que sim, geliebt.
No outro dia o Eliezer chegou em casa logo após o almoço. Brincamos a tarde inteira, nem vimos a hora passar.
Arrumando a alça de seu suspensório, o Eliezer comentou:
-Preciso ir, Hans... Logo vai anoitecer.
-Que pena! Nos vemos amanhã então?
-Infelizmente não.
-Por quê?
-Porque é dia de Kippur.
-Então não poderemos brincar amanhã?
-Não... No kipur não podemos comer após o pôr do sol, usar calçados de couro, escovar os dentes, tomar banho, lavar a boca... O rosto de as mãos apenas podem ser lavados pelas manhãs antes das orações.
-Nossa!
O jejum do Yom Kippur não é permitido para crianças com menos de nove anos de idade, mulheres grávidas ou as que deram a luz há menos de um mês e pessoas gravemente doentes. Além disso, não se pode carregar nada, fumar, acender fogo nem usar eletricidade.
O Yom Kipur ou Kippur é um dos dias mais importantes do judaísmo. No calendário hebreu começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei, do qual coincide com Setembro ou Outubro e continua até o seguinte pôr do sol. Os judeus tradicionalmente concebem esse feriado com um período de jejum de 25 horas e reza intensa.
Alguns dias se passaram. Na cozinha, enquanto selecionava os legumes, mamãe murmurava:
-Como estão caros!
-Falou comigo, mutter?
-Não, apenas pensei alto.
-Não vai comprar beterraba?
-Melhor não... Vou aguardar o preço abaixar... Está tudo muito caro.
Cada vez que íamos ao armazém mamãe trazia menos coisas. Os preços altos obrigavam as famílias a racionarem a comida.
Colocava o pacote com as compras sobre a mesa da cozinha quando mamãe disse-me tirando suas luvas:
-Hans... Tome! - Entregou-me umas moedas.
-Pra mim?
-Sim... Sobraram algumas moedas e estou lhe dando por ter me ajudado.
-Danke, mutter!
Sai correndo em direção à porta da sala, quando ela questionou:
-Hans... Aonde vai?
-Vou convidar o Eliezer para tomar uma gasosa!
-Cuidado para atravessar a rua.
-Ja!
Fechei a porta de casa e segui correndo até a casa do Eliezer. Entrei na loja de seu pai. Ao empurrar a porta um sininho tocou. De costas estava o senhor Boris, arrumando uma pilha de tecidos nas prateleiras próximo ao balcão do fundo.
Ao virar-se, exclamou dizendo:
-Olá, garoto!
-Boa tarde, senhor Lovitz! O Eliezer está?
-Sim, está em casa.
-Obrigado!
Deixei sua loja e toquei a campainha ao lado. Algum tempo depois ele abriu a porta surpreso:
-Hans!
-Hallo! Vim te convidar para tomarmos uma gasosa.
-Oba! Vou pegar meu casaco e já desço.
-Vou te esperar aqui.
-Está bem.
Enquanto aguardava pelo Eliezer, observava o bonde passar.
-Pronto!
-Vamos?
-Sim!
Seguimos até o bar próximo ao parque. Nos sentamos a mesa e logo veio o garçom nos abordar.
-Boa tarde, meninos!
-Boa tarde!
-O que vão querer?
-Duas gasosas, por favor. - Respondi olhando pro Eliezer e sorrindo.
-Estou feliz por ter me convidado para uma gasosa!
-Ah é?
-Sim... Quase não tenho amigos...
-Mas e os garotos do grupo escolar?
-Humpft... Não gostam de mim, me acham bizarro.
-Sinceramente eu também te achei no começo.
-Verdade?
-Sim... Mas agora não te acho mais.
-Por quê?
-Porque eu te conheço e sei que você é um garoto super legal!
-Duas gasosas! - Interrompeu o garçom nos servindo ao copo.
-Danke! - Agradeci.
-Com licença.
-Hans...
-Eu?
-Você quer ser meu amigo?
-Claro que sim!
-Mesmo eu sendo judeu?
-Não vejo problemas nisso...
-Que bom!
Após tomarmos nossa gasosa fomos brincar um pouco no parque. Cheguei em casa todo sujo, fazendo minha mãe pirar.
-Mas... O que aconteceu com você?
-Estava brincando no parque...
-Brincando? Mais parece que esteve em uma guerra! Vá tirar essa roupa enquanto lhe preparo um banho.
-Ja, mutter.
Eu adorava tomar banho em dias de inverno, pois passava um bom tempo dentro da banheira com água bem quentinha, mas também só essa parte agradava-me, pois tanto na hora de entrar quanto na hora de sair era o momento mais sofrido.
No dia seguinte, no início da tarde minha mãe entrou em meu quarto dizendo:
-Hans... Tem visita pra você.
Assim que o Eliezer entrou em meu quarto ela nos deixou as sós, fechando a porta ao sair. Segurando seu peão ele caminhou até mim dizendo:
-Hallo, Hans!
-Hallo...
-Está tudo bem?
-Não muito.
-Warum¹?
-Meu vater perdeu o emprego.
-Nossa!
Sentando-se ao chão ao meu lado ele perguntou:
-Bem... Será que eu poderia ajudar?
-Acho que não...
-Eu vim pra jogarmos peão, mas se quiser posso voltar outra hora.
-Nein! Ficarmos aqui lamentando não irá ajudar. Vou pegar meu peão. - Levantei-me correndo.
Passamos horas brincando naquela tarde. O Eliezer se mostrou ser um garoto super legal, além de generoso.
-Hans...
-Hum?
-Ontem comentei com meu pai sobre o Brasil que você havia dito.
-Ah é?
-Ja...
-O que ele disse?
-Ele me contou que tem um primo morando na capital.
-Que legal! Eu nunca estive na capital.
-Nunca?
-Nunca, mas dizem que é uma cidade muito linda.
-Hans... Está ficando tarde.
-Mas nem anoiteceu ainda.
-Preciso chegar em casa antes de anoitecer para o papai acender as velas.
-Que velas?
-As velas do shabat.
-Hum...
-Nos falamos depois.
-Tudo bem.
O Shabat é iniciado ao pôr-do-sol de cada sexta-feira. Após sua obra de criação, Deus abençoou o sétimo dia, denominado Shabat, quando repousou. A tradição de respeito a esse dia é seguido por todo judeu, que acreditam no sagrado conceito: “mais do que os judeus têm guardado ao Shabat, o Shabat tem resguardado os judeus”. Por meio da história em Israel e na era diáspora, o ritual tem sido um elo entre os judeus.
Para eles, obedecer ao Shabat é imitar a Deus em todos os seus atributos morais, sendo o padrão de conduta recomendada ao homem devoto, seguindo o exemplo do criador. É durante esse dia que o homem alcança uma grande dignidade e estatura moral, por mais que se sinta oprimido ou rejeitado pelo mundo.