quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O ENADE



Domingo (08/11) foi dia do ENADE (E do meu aniversário também). Uma semana antes recebi uma carta com um questionário socieoeconômico e o local, hora e sala onde eu faria a prova. No mesmo dia respondi ao questionário e já pesquisei onde eu faria a prova. No dia da prova sai de casa 2 horas antes, porque mesmo já sabendo o local onde faria a prova, não sabia quanto tempo levaria e chegar atrasado nem pensar. No metrô eu reparava um monte de gente respondendo o questionário socieconômico naquele momento, e muitos nem sabiam onde ficava a escola onde fariam a prova (Em um mundo como o de hoje que a internet está em todo lugar, por incrível que pareça, isso ainda acontece). Desci na estação próxima a escola onde faria a prova e segui pelo caminho que eu previamente havia consultado através do mata feito pela internet uma semana antes. Assim que encontrei a escola tive que passar por uma multidão que se aglomerou na porta, mas ninguém entrava. Entrei na sala 15 onde eu faria a prova e recebi as orientações. Fui o terceiro a chegar. Meia hora depois começou a entrega dos cadernos. Menos de duas horas depois do início da prova os fiscais alertaram para que todos prestassem atenção para não responderem questões referentes a outros cursos, conforme estava escrito na primeira página do caderno. Revoltada, uma moça (Vou usar essa palavra, porque a que ela merece não cabe aqui) questionou bem alto: -"Nossa! Mas por que vocês não avisam antes? Que saco!". Irritado, respondi bem alto: -"Está escrito na primeira página do caderno. Você não lê antes de responder?" Com vergonha do seu comentário infeliz ela permaneceu calada, enquanto todos riam sem acreditar que uma pergunta daquela foi cogitada. Como se não bastasse, algumas garotas que chegaram atrasadas começaram a gritar no portão querendo entrar, achando um absurdo não poder entrar por conta de um atraso que as mesmas não assumiram a culpa. Dentro da sala era possível ouvir tudo, atrapalhando aqueles que estavam fazendo prova. Em situações como essa é possível entender porque a qualidade de vida no país é ruim, a violência desacerbada a todo mundo, um exemplo claro da falta de respeito. Todas estavam preocupadas com seus problemas, e os outros que chegaram no horário, acordaram mais cedo e precisavam de silêncio para pensar, que se danem. Da mesma forma acontece no trânsito, onde todo mundo quer chegar primeiro em casa, fechando o outro no cruzamento, parando sobre a faixa, atropelando o outro que atravessa correndo, enfim. Conforme as pessoas foram terminando as provas, aglomeraram-se na rua e começaram a gritar pelos amigos que ainda estavam em sala, ou seja, a mesma situação. Se os jovens de hoje se comportam dessa maneira, imagine daqui alguns anos como o país não estará? Ou você acha que em Brasília permanecerão eternamente aqueles que lá estão? Pois é... O respeito pelo outro está se perdendo cada vez mais, onde as famílias ensinam seus filhos a serem egoístas e levarem vantagem em tudo.


Quer saber por que o Brasil ainda não é um país considerado de primeiro mundo? Reflita um pouco e logo encontrará um dos motivos.


Lu Mounier

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Lú, (Desculpe a intimidade) li seu livro, "Um estranho Dentro de Mim", cara sinceramente, é de chocar qualquer ser, nunca encontri palavras tão fortes e coerentes para tais momentos dessa narrativa. Desde já me consiro seu fã literalmente. Se possível é claro gostaria que me mandasse seu email,tenho vivido alguns momentos turbulentos em minha vida, sei também que você não é psicólogo é claro. Um abraço e desde obrigado por qualquer que seja a atenção.