Acordei com muita preguiça
naquela manhã. Levantei, escovei os dentes, tomei banho e desci para tomar
café, vestindo apenas um roupão. A mesa já estava pronta e minha mãe retirava
uma torta do micro-ondas quando perguntei:
-O que é isso, mãe?
-Torta de maçã.
-Hum!
Nesse momento o telefone tocou. Segui em direção à sala
dizendo:
-Deixa que eu atendo...
Ao pegar o telefone, chamei por duas vezes, mas ninguém
respondeu, desligando logo em seguida.
-Alô?... Alô?
Voltei à cozinha e sentei-me à mesa novamente. Pegando a
jarra de suco na geladeira minha mãe perguntou:
-Quem era?
-Não sei... Não falou
nada.
Assustei-me com o barulho da jarra
se quebrando ao chão.
-Nossa!... Está tudo bem?
-Ai, droga...
-O que houve?
-Acho que me distrai...
-Mãe... Fale a verdade,
não foi só isso...
Percebi que minha mãe havia ficado muito nervosa quando
disse que ninguém havia respondido ao telefone.
-Tom... Vá se vestir para
sairmos, se não você vai se atrasar.
-Mãe... Era ele, não é?
-Para...
-Fale? Era ele?
-Não sei... Acho que
sim...
-Ele tem te ligado?
-Tom...
-Ele tem te ligado?
-Sim.
-E o que ele diz?
-Filho...
-Fale, mãe?
-Às vezes ele faz
ameaças...
-Que tipo de ameaças?
-Ele... Diz que vai nos
tirar tudo.
-Não acredite no que ele
disser... Você é forte, mãe... Mesmo que ele queira, metade de tudo é nosso por
direito legal...
A intenção dele era fazer uma pressão psicológica, e
claro que não era somente aquilo que ele estava ameaçando, pois eu tinha
certeza que muito mais delitos havia ali, porém, minha mãe preferiu omitir, por
vergonha talvez, mas independente do motivo eu iria descobrir.
-Mãe... Peça para que
mudem o número do telefone...
-Não acho que seja
necessário...
-Por favor, mãe.
-Tudo bem... Quando você
voltar da faculdade, pode fazer isso por mim?
-Claro!
Não toquei mais no assunto durante o caminho até a
faculdade. Após deixar-me em frente ao campus ela seguiu para a lanchonete para
trabalhar. Entrei na sala de aula e notei um certo tumulto, arrastando as
carteiras para os lados e conversas em altas vozes.
O professor começou a dividir a sala ao meio e iniciou um
debate sobre cotas em universidades. Eu odiava quando ele promovia seus debates
daquela forma, pois eu ou um dos “excluídos” sempre éramos alvos de alguma
piada, e claro, naquele dia não seria diferente.
-Galera... Silêncio... Eu
quero que vocês me digam a opinião de vocês com relação às cotas em
universidades. Isso gera ou não preconceito? Dividam-se em dois grupos com
vinte alunos cada um.
-A gente escolhe em qual
grupo quer ficar?
-Pode escolher... Um grupo
defenderá as cotas e o outro se manifestar contra...
-E qual será a favor?
-Isso eu vou escolher...
Após um breve sorteio ele definiu que o grupo
da esquerda seria a favor das cotas.
-Esse grupo aqui será
contra, e esse a favor.
Com uma caneta à mão, o Roberto, que ficou no grupo a
favor das cotas iniciou dizendo:
-Essa questão é muito
complicada, professor... Pode ser vista como preconceito se for vista apenas a
questão das cotas isolada do propósito...
De uma forma arrogante, a Amanda, que para variar estava
no grupo que debatia contra, colocou sua opinião diante a sala:
-Eu acho que pobre já tem
uma vida muito sofrida, não deveria fazer faculdade.
Apoiando-se em sua mesa o professor questionou:
-Ué... Por quê?
-Não que eu seja
preconceituosa, mas acho que existem coisas nessa vida que são feitas para
determinados tipos de pessoas, e curso superior não foi criado para a classe
proletariada.
Até admiro a coragem que ela teve em expor sua radical
opinião, porém, eu não ia deixar passar a oportunidade de mostrar o quanto sua
vida era vazia. Pedi a palavra ao professor e retruquei sua afirmação:
-Mas depende da pobreza da
qual você está se referindo, pois existem aquelas pessoas que são tão pobres,
tão pobres, que só o que elas têm é dinheiro...
Claro que ela entendeu que a indireta era pra ela, e
decorrente a isso não respondeu mais nada, dando ao professor a palavra para
prosseguir com o debate. Assim como a Amanda, toda a sala entendeu o recado,
como a carapuça do saci.
No horário do intervalo descemos eu, o Cauê e a Soraia
para a praça de alimentação, pois a fome havia batido e um pequeno lanche
naquele momento cairia muito bem.
Sentamos à mesa, o Cauê comentou:
-Você foi demais, Tom!
-Por quê?
-Falou tão bonito... Me
senti orgulhoso de você...
Levantando-se da mesa a Soraia disse:
-Nossa, Tom!... Eu queria
ter essa coragem que você tem...
-Parem com isso.
-Estou indo até a cantina.
Alguém quer alguma coisa de lá?
-Eu quero um achocolatado,
lindinha.
-E você, Cauê?
-Pode me trazer um pão de
queijo?
-Claro! Volto logo.
Após um curto suspiro o Cauê
chamou-me atenção para a entrega do trabalho:
-Tom... A semana que vem
temos que entregar aquele trabalho das duplas.
-É verdade! Eu havia
esquecido...
-Podemos fazer no próximo
sábado em minha casa, se vocês quiserem...
-Por mim tudo bem...
-Será que a Soraia irá
topar?
-O que tem eu?
-Eu estava sugerindo ao
Tom em fazer aquele trabalho das duplas em minha casa no próximo sábado. O que
você acha?
-Eu adorei a ideia!
-Então fechou. Faremos o
trabalho na minha casa.
-Ótimo! O que eu levo?
-Você já leve as pesquisas
prontas da internet e o Tom leva as de revista... Em casa eu já tenho o
código...
Depois de tomarmos nosso lanche, voltamos à sala e
continuamos assistindo à aula e participando do debate, porém, sem piadas ou
picuinhas, pois todos já haviam entendido que nenhuma gracinha seria tolerada
calado.
No domingo minha mãe não foi trabalhar, pois não seria
dia de folga dos empregados, sendo assim ela optou em descansar o final de
semana em casa. Eu sempre a incentivei em não trabalhar aos finais de semana,
pois haviam os empregados que cuidavam da lanchonete sem que minha mãe
precisasse supervisionar, porém, sua mania de se sentir inútil estando em casa
sem fazer nada lhe causava certo incomodo.
Acordei por volta das oito horas da manhã, seguindo
direto para o banho. O dia lá fora estava agradável, sol ameno e ventando
moderadamente. Meus olhos ainda ardiam de sono, e ao lavar o rosto acabei
molhando o cabelo, algo que eu não queria que acontecesse. Após juntar o
material do trabalho e passar o perfume, desci a escada na ponta dos pés.
Sai de casa rápido, nem tomei café para não ter que
cruzar com minha mãe, pois acabaria enchendo-me de perguntas e eu não estava a
fim de interrogatórios naquele dia.
Caminhando pela rua eu ia pensando na montagem do
trabalho, não vendo a hora de chegar lá e por em prática minhas ideias. Não que
eu me considerasse o melhor, mas sempre defendi minhas ideias em tudo que
fazia, mesmo que não fossem aproveitadas ou ouvidas, mas eu fazia questão de
expor.
Desci do metrô e peguei um ônibus até a casa do Cauê,
pois eu não estava a fim de caminhar por dez minutos e chegar em sua casa
suando, fedendo. Minha mochila estava pesada, mas não ao ponto de me incomodar,
pelo contrário, o que mais me deixou sem graça foram os olhares das pessoas de
espanto, tudo pelo meu jeito diferente de se vestir.
Ao chegar ao portão de sua casa, toquei a campainha e
aguardei alguém aparecer. Sua rua estava cheia de crianças brincando. Na casa
ao lado, quatro garotas pulavam corda no quintal, e ao me ver parado na calçada
uma delas falou:
-A Irene saiu...
Após um suspiro profundo eu respondi:
-Obrigado!...
Olhando-me torto, outra garota perguntou:
-Você é menino ou menina?
Antes que eu respondesse uma delas disse:
-Ele é Emo, sua burra.
-Credo!... Ele é muito
estranho...
"Essa semana uma girl
(menina) perguntou se eu era roqueira, eu disse que sou Emo, e ela perguntou se
eu era o capeta. Que ridículo!" (Prizinha, 15 anos,
Salvador)
Sinceramente eu nunca entendi essa “rejeição” com relação
às pessoas que pertencem a tribo Emocore. Não pelo motivo de pertencer
ao grupo, mas a falta de motivos ruins para que se veja os Emos de uma
forma pejorativa. Depois de muito questionar e não encontrar respostas, cheguei
a conclusão de que a felicidade alheia incomoda. A humanidade vem se tornando
cada vez mais violenta, e os motivos são os mais estúpidos que se possa
existir. Hoje em dia mata-se por um bilhete de ônibus, um relógio de pulso,
ciúme do namorado, ou simplesmente por não ir com a cara do outro e vários
outros motivos que se não justificam a violência.
Espiando pela janela a Soraia exclamou:
-É o Tom!
Dirigindo-se até o portão o Cauê caminhou como se fosse
uma pessoa comum, sem precisar do auxílio do Emílio ou de sua vareta. Exibindo
um leve sorriso ele disse:
-Que bom que você chegou!
-Por quê?
-Eu já estava com
saudade...
-Que lindoooooo!
-Entre, amor!
Ao entrar, duas crianças apoiaram-se ao portão e
perguntaram:
-Cauê... Quem é esse
menino estranho?
Correndo, uma mulher aproximou-se dele, pegou pelo seu
braço e falou:
-Eu já não te falei pra
você não chegar perto... Isso não é coisa de Deus...
Aquilo me deixou muito mal. Sem nada dizer, entramos pela
porta da sala, e uma vontade enorme de chorar sem que eu pudesse controlar.
Dando-me um abraço a Soraia disse:
-Puxa, Tom... Não fique
assim... Que gente perversa!
-Tom... Não chore, por
favor... Essa gente é malvada assim mesmo, não ligue...
-Tudo bem... Eu já deveria
estar acostumado com isso.
-Jamais volte a dizer
isso...
-Mas é verdade, Cauê.
-Você não deve aguentar o
preconceito calado... Não foi isso que você me ensinou?
-Sim...
Dando-me um abraço forte ele questionou sussurrando ao
meu ouvido:
-Você confia em mim?
-Confio!
Seguimos para a cozinha, juntamos todo o material e nos
sentamos às cadeiras de madeira trabalhada. O silêncio se fez presente. Próximo
à geladeira havia um relógio de parede em formato de gato, onde o tic-tac
produzido pelo pêndulo tornou-se o único som por alguns instantes, até que o
Cauê levantou-se da cadeira perguntando:
-Alguém quer suco?
Colocando seus óculos a Soraia perguntou:
-Suco de quê?
-De maracujá.
-Eu quero!
-Foi minha mãe quem fez...
Ela também já deixou almoço pronto para nós...
-Que delícia!
-É... Além de um bolo de
laranja.
-Ai... Hoje vou sair daqui
mais gorda do que já estou.
Sua casa era simples, mas bem montada. Os azulejos da
cozinha continham cerejas desenhadas, combinando com a enorme toalha que
recobria sua mesa. De frente para a pia havia uma janela com vista para o
quintal, por onde entrava uma deliciosa brisa fresca.
Folheando as impressões que a Soraia havia levado,
questionei:
-Soraia... Isso aqui é o
texto bruto extraído da internet ou você resumiu?
-Não... Fiz uma resenha...
-Ah tá!
Passamos a manhã inteira discutindo, resumindo e montando
o trabalho. Não que o tema fosse difícil de ser tratado, porém, não poderíamos
deixar margens ou aberturas para que nossas opiniões fossem contestadas, pois o
que faz um bom advogado é seu poder de argumentação convincente.
Antes mesmo de almoçarmos, a Soraia já havia comido seis
fatias de bolo. Eu apenas observei calado, achando um exagero, mas não consegui
me segurar quando a vi pegando o sétimo.
-Soraia... Você não acha
que está comendo demais?
-Ai gente... Desculpem,
mas é que está tão gostoso...
-Não que eu esteja me
incomodando com o quanto você come, mas estou preocupado com sua saúde...
-Tom... Sinto vontade de
comer sem ter fome, não acho que isso seja normal...
-Por que você não faz uma
dieta?
-Eu vivo fazendo, mas
nunca consigo emagrecer...
Os sintomas mais comuns do transtorno do comer compulsivo
são caracterizados por comer mesmo sem ter fome, dietas e uso de medicamentos
contínuos para perca de peso, comer sozinho por sentir-se envergonhado da
quantidade de comida ingerida, alteração frequente no peso, ingestão exagerada
de alimentos, assaltar a geladeira durante as madrugadas.
O que irá caracterizar se a pessoa possui o transtorno é
a repetição de pelo menos dois episódios por semana conforme citados. Durante a
ocorrência desses episódios, no mínimo três características devem estar
presentes, tal como sentir-se culpado ou envergonhado após ter comido em grande
quantidade, comer sozinho por sentir-se envergonhado da quantidade de comida
ingerida, ingerir grandes quantidades de comida mesmo estando sem fome,
assaltar a geladeira nas madrugadas, comer até se sentir desconfortável
fisicamente, ingerir alimentos muito mais rápido que o normal.
-Alguém tira esse bolo da
minha frente, por favor?
-Pegando a bandeja o Cauê
falou:
-Deixa que eu tiro...
Enquanto o Cauê guardava o que havia restado do bolo na
geladeira a Soraia perguntou-me enquanto folheava um livro:
-Tom...
-Hum?
-O Cauê disse que você e
ele...
-Nós o quê?
-Estão...
-Estamos o quê?
-Ficando?
Tentando desculpar-se o Cauê disse:
-Foi sem querer, Tom...
Escapou... Por favor, não fique bravo?
-Não há problema... Nós
estamos ficando sim.
-Que gracinha!... Mas na
verdade eu já sabia.
-Sabia?
-Claro... Naquele dia
vocês se chamando de amor na frente de todos na coordenação...
-Nossa!... Eu nem
percebi...
-Nem eu, Tom!... Saiu tão
naturalmente...
Dando um gole em seu suco a Soraia perguntou:
-Gente... Vocês viram
aquele congresso que vai ter em Porto Alegre?
Mordendo sua fatia de bolo o Cauê
quis saber:
-Que congresso?
-Vai haver um congresso em
julho lá em Porto Alegre, com palestras de profissionais da área judiciária e
valerá como horas complementares.
-E qualquer um poderá
participar?
-Não... Acho que tem duas
vagas somente.
-Por sala?
-Não, é por universidade.
Gente, vocês não viram o cartaz no mural da sala?
-Eu não reparei...
Descontraído o Cauê falou:
-Eu também não vi.
Todos rimos. Seguido de um breve suspiro, comentei:
-Eu tô precisando é de uma
balada...
Amarrando seu cabelo a Soraia disse:
-Se eu disser que nunca
fui em uma balada, vocês acreditam?
-Eu acredito, pois também
nunca fui.
-Sério que vocês dois
nunca foram em uma balada?
-Qual é o problema?
-Calma, Soraia...
-Desculpe.
-Não tem problema... É
que... Ai, eu sofro muito.
Sem entender o Cauê perguntou:
-Com o que você sofre, Sô?
-Eu tenho medo de passar
vergonha...
-Vergonha?
-É...
Curioso, quis saber:
-O que aconteceu, miguxa?
-Ai Tom... As pessoas
vivem me chamando de gorda, riem de mim... Uma vez eu fiquei a fim de um garoto
e sofri muito, pois ele não me quis e disse pra todo mundo da escola que eu era
muito gorda e feia.
-E o que você fez?
-Chorei.
-Você é uma burra...
-Ai, Tom!
-Mas é verdade... Você
deveria se empenhar e mudar o jogo...
-Como?
-Mostrar a ele o que
perdeu...
-Continuo sem entender.
-Faça um esforço,
emagreça, e quando você estiver uma girl magérrima, passe por ele e esnobe...
-Será que eu consigo?
-Consegue sim...
Ansioso o Cauê disse:
-Prometa pra gente então
que você vai se inscrever no concurso de Miss?
-Ai gente, não exagere...
-O Cauê tem razão, Sô...
-Mas meninos... Eu não sei
nem como faz pra participar disso... Além do mais, não tenho corpo nem beleza
para...
-Para com isso. Você é
linda, e quando emagrecer vai calar a boca daquela galera que te esnoba e te
ridiculariza...
-Não sei...
-Promete que vai pensar?
-Prometo...
-Tive uma ideia!
-Qual, amor?
-Vou levar vocês para
conhecer meus amigos...
-Sério, mor?
-Sim... E vou levá-los
para conhecer uma balada.
-Quando?
-Pode ser hoje à noite...
-Eu topo, mô!... Mas você
vai cuidar de mim, né?
-Claro...
-Bem... Então eu também
topo, Tom.
-Você vai ver, Sô... Lá
ninguém vai te olhar torto só porque você não pertence ao grupo de sarados...
-Espero que ninguém ria de
mim...
-Isso não acontecerá...
Bem... Vamos voltar a se concentrar no trabalho...
Naquele dia cheguei em casa já eram quase quatro horas da
tarde. Antes de ir tomar banho, entrei na internet para ver se a galera
estava on-line, para assim avisá-los que iria levar duas pessoas comigo para
conhecê-los.
Sentado à cadeira, sem camisa, abria o navegador quando
minha mãe entrou no quarto toda feliz dizendo:
-Tom... Sua tia Sandra
ligou...
-E?...
-E está grávida.
-Sério?
-Sim... Finalmente ela
conseguiu...
A tia Sandra era uma das sete irmãs da minha mãe. Sendo
dois anos mais nova, nunca conseguiu engravidar, e há três anos estava fazendo
tratamento junto com seu marido para que o sonho de ser mãe se realizasse.
-Que notícia ótima, mãe!
-Amanhã nós iremos até lá
visitá-la...
-Claro!
-Você... Vai sair?
-Sim...
-E vai passar à noite
fora?
-Não pretendo... Irei
levar o Cauê e a Soraia na balada. Acredita que eles nunca foram?
-Por quê?
-A Soraia disse que não
foi por vergonha.
-Vergonha de quê?
-Por ser gorda.
-Coitada...
-É... Mas eu já disse pra
ela que a minha turma não irá ridicularizá-la por conta disso.
-Bem... Pelo visto você
não irá jantar em casa...
-Não... Só vou comer algo
rápido antes de sair.
-Eu fiz pão de queijo hoje
à tarde...
-Hummmmm... Adoroooooo!
Encostando a porta ela disse:
-Eu vou ver um pouco de TV
na sala.
-Tá bom.
Da turma de amigos, apenas o Kico estava on-line. Ao
conectar, fui logo chamando para conversar:
/// Srtº Tom \\\ diz: oie
migow
----KiCo---- diz: oi
fofinhu
/// Srtº Tom \\\ diz: td
bein?
----KiCo---- diz: xim
e vuxe?
/// Srtº Tom \\\ diz: to
tb... vcs vaum lah hj?
----KiCo---- diz: num
sei...
----KiCo---- diz: hj
num to mt bein naum
/// Srtº Tom \\\ diz: o
q vc tem?
----KiCo---- diz: to
desanimadu
/// Srtº Tom \\\ diz: ah...
para cum issu... e o namoru?
----KiCo---- diz: ki
namoru?
/// Srtº Tom \\\ diz: vc
e a debi num tava ficandu?
----KiCo---- diz: ixi...
acabamu faix tempow...
/// Srtº Tom \\\ diz: q
pena
----KiCo---- diz: bein...
axu ki vo cum vc entaum
----KiCo---- diz: kem
vai cum vuxe?
/// Srtº Tom \\\ diz: eu
vo com doix amigu da facu
/// Srtº Tom \\\ diz: ker
dize... uma miga e meu ficanti...
----KiCo---- diz: fexaduuuuu...
a genti se encontra lah entaum
/// Srtº Tom \\\ diz: xertuuuuu
----KiCo---- diz: eu
emo vuxe
/// Srtº Tom \\\ diz: bju
Após desconectar fui tomar um banho. A galera costumava
ir todo sábado à balada no bairro do Bom Retiro, aqui em São Paulo. Lá tem
banda ao vivo, toca as músicas que a gente curte e ninguém nos importuna por
sermos o que somos.
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