segunda-feira, 31 de agosto de 2009

"As noites ficam claras no raiar do dia"





Já apanhei pela inocência aos 3 anos de idade, quando deveria ter sido orientado ao invés de espancado. Pode não ser nada, mas é muito para uma criança levar um tapa e ser chingada em público por não conseguir carregar 2 garrafas de 2 litros de refrigerante aos 5 anos de idade. Parece exagero morar em uma família que não faz suas refeições juntos, não se dialogam e muito menos celebram Natal. Você já ficou na fila do caixa de um supermercado com um carrinho de compras sozinho aos 6 anos de idade enquanto seu pai foi tomar um longo café? Se você não passou por isso, não sabe o que estou sentindo. O desespero por não saber o que fazer, enquanto todos te olham demonstrando pena de ti.

A escola são outros quinhentos. Ter um filho como um dos melhores da sala às vezes não é suficiente para alguns pais, porque eles acham que é sua obrigação estudar sem seu apoio, ter que respirar seu cigarro sem reclamar, mesmo levando consigo problemas respiratórios desde o nascimento.

Para alguns pais filho bom é o filho do vizinho, o sobrinho, mesmo eles sendo a vergonha da família, consumidores assumidos de intorpecentes e autores de furtos. Que justo seria o mundo se cada pai e mãe tivesse um filho a sua altura.

Levar o nome de vagabundo quando apenas se estuda é menos dolorido do que quando te chamam de ladrão sem você merecer, vindo de um pai então, ai que o coração não aguenta. Mas para toda boa família não pode faltar a política do justo para todos. Então tira-se da internet um dos filhos que está fazendo trabalhos para levar na faculdade no dia seguinte, para o outro vasculhar a vida dos amigos e jogar conversa fora no Orkut. Dos males o menor, porque houve vezes que ao faltar dinheiro para interar a mensalidade da faculdade foi-se negado ajuda, mas foi no mesmo dia que aquele mesmo pai destruidor do sonho de um filho deu ao outro um tênis no valor duas vezes maior que a necessidade do outro.

Confesso que se em alguma vitrine houvesse uma plaquinha escrito: "Vende-se um pai" eu compraria. É triste acordar todos os dias desejando que te digam que você é adotado, e poder sair pulando aliviado por não ter vindo de alguém que não sabe diferenciar amor e ódio, mas a notícia não é a esperada: "Você vem dessa família". Você chora, tenta, mas não entende. Por que me tira quando deveria me dar? Por que me humilha quando deveria me apoiar? Por que me mata quando deveria me salvar? Até hoje prefiro pensar que viemos da Cegonha, e que por um descuido ela deixou-me na casa errada.

Prefiro pensar que isso é necessário para me fazer crescer, mostrando que posso fazer diferente, que pessoas especiais existem, e nem todo mundo vive contente e necessitado da desgraça do outro.

Quando me perguntam meu maior sonho, fico imaginando minha família unida, reunida a mesa, assim como acontece na casa dos amigos, e quando abro os olhos a vejo jogada no sofá. Já sonhei andando lado a lado com meu pai, jogando video game, pegando um cinema. Já quis perguntar o que estava acontecendo com meu corpo aos 12 anos de idade, desejei ouvir um elogio. Silêncio, o verdadeiro significado do que é "morrer".

Tenho a certeza de que nada na vida acontece por acaso, e um dia esse jogo vai mudar, e quando eu estiver no comando, não haverá derrotados, mas sim vencedores daquilo que cultivou.



Lu Mounier


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Brasileiros unidos?... Onde?







Engraçado como são as coisas nesse país. Até agora eu havia me decidido manter silêncio sobre o acontecido, mas depois da proposta "pornográfica" que recebi hoje, resolvi desabafar. Devido aos pedidos dos leitores, resolvi publicar a obra UM ESTRANHO DENTRO DE MIM independente. Solicitei os serviços de uma grande prestadora de serviço impresso em São Paulo, e comprei uma pequena tiragem de 20 livros para dar alguns aos amigos e comercializar outros para aqueles que queriam.

Fiz o depósito de 50% do absurdo valor imediatamente, e 3 dias depois foi até a empresa ver um exemplar modelo de como ficaria em série. Pedi alguns ajustes de páginas, capa, e corte. Dois dias depois um segundo exemplar já estava pronto, então voltei lá e refiz a revisão. Para não voltar uma terceira vez, resolvi aprovar a impressão em série mediante a alteração que eu havia solicitado nos 2 relatórios. Pois bem, o prazo de 2 dias úteis para entrega se estendeu a 5, nunca ficava pronto.

Recebi os 20 exemplares em casa, e ao abrir um para sentir a sensação de ter sua primeira edição impressa fiquei surpreso, pois minhas solicitações não haviam sido seguidas. Liguei para a vendedora e reclamei. Vieram buscar. Cinco dias úteis depois me trouxeram outra série, refeito sem os erros anteriores. Quando observei os livros estavam todos tortos, menor que a medida solicitada, sobrando capa de um lado e faltando no outro. Fiquei muito chateado. Falei com eles novamente e levei os livros, que de 20 apenas 6 haviam ficado perfeitos como eu pedi. Em reunião com a gerência, expliquei como eu os queria, e mostrei os problemas e defeitos nas obras que haviam me entregue. Pediram-me inúmeras desculpas e sai de lá satisfeito, na certeza de que o problema certamente se resolveria. Sete dias depois recebi os livros em casa. Comecei a revisar um por um, e como já era de se esperar, problemas na confecção do hotmelt, além de 0,5 cm a menos.

Reclamei novamente e pedi para que o material fosse retirado, pois me senti passado para trás. Para minha surpresa, recebi o comunicado de que os trabalhos são feitos quase que de forma artesanal, e sendo assim não tinham como ficar perfeitos como eu queria, não estavam a minha altura e por isso eu deveria passar os dados da minha conta para que parte do dinheiro fosse devoldido. Ótimo!

Hoje, recebi uma proposta estúpida, de que se eu quisesse eles venderiam pra mim os livros a preço de custo, e caso eu nao quisesse eles seriam destruídos. Defeituosos, não tenho o que fazer com eles, e sugeri que doassem a bibliotecas, escolas e instituições que os reaproveitassem. A resposta que recebi foi que por haver custos, os livros iriam para o lixo se eu não quisesse.

Esse acontecimento me fez refletir sobre a situação em que vivemos nesse país. Essa desigualdade social, pessoas passando fome, desemprego, tudo por causa da ganância e egoísmo das pessoas. Escolas públicas sem carteiras para as crianças estudarem e ninguém se move para trabalhar em prol disso, mas fazem multirão para fazer cadeiras ao Papa e seus seguidos em visita ao Brasil. Qual a finalidade de ajuda? Com o que "Deus" ficaria mais feliz em ser ajudado?

Olha como as coisas são, você não doa porque lhe teve um custo, mas se jogar no lixo esse custo lhe será ressarcido? E as árvores que foram sacrificadas para se fazer o papel utilizado, o tempo gasto, a energia elétrica... E por incrível que pareça, ainda assim querem construir um mundo melhor. Dessa forma?
Lu Mounier

domingo, 16 de agosto de 2009

Crítica e Criticar


Outro dia recebi uma mensagem de uma pessoa que diz ter lido um de meus livros e ter odiado. Essa pessoa solicitou uma resposta por e-mail, e eu respondi. Como já era de se esperar o garoto não gostou e disse aquilo que ele sabe que é, mas prefere projetar seus defeitos em mim.
O engraçado é que algumas pessoas chegam até você falando mal do seu trabalho e acham que você é obrigado a aceitar com um sorriso nos lábios os desaforos que elas confundem com CRÍTICA. Fazer uma Crítica é elencar pontos daquile assunto que você trata, que servem pra você em algum momento de sua vida, ou seja, não é colocar uma opinião se é bom ou ruim, porque isso se chama CRITICAR. Criticar é falar mal, observações sem fundamento. A gente nao deve ler uma obra e depois refletir sobre o que achamos que o personagem deveria ser, o final que deveria ter etc. Uma obra tem seu começo, meio e fim, e quando apreciamos a literatura não se pode querer mudar aquilo que foi escrito por um autor porque a proposta da história é aquela. Cabe a quem leu entender o desfecho, refletir sobre as atitudes do personagem, as consequencias, quais os benefícios que o exemplo da história pode trazer a quem lê, isso é fazer uma CRÍTICA.
Esclarecendo a imagem, é apenas uma brincadeira, ok? Bom domingo pra vocês!
Lu Mounier

sábado, 15 de agosto de 2009

Doe sangue!




Hoje na tv assisti a uma reportagem falando sobre a escassez nos bancos de sangue de São Paulo. Segundo uma das responsáveis pelo hemocentro, havendo 100 doações diárias o problema de falta de sangue estaria resolvido. Se levarmos em consideração que São Paulo possui mais de 11 milhões de habitantes, 100 pessoas por dia é praticamente nada se comparado. Ligando o assunto, até pensei em planejar uma campanha para o público que lê meus livros, porém, infelizmente ainda existe o preconceito. Atualmente, homossexuais não podem ser doadores, mesmo não sendo mais considerado um grupo de risco devido ao HIV. Consideramos então a hipocresia de alguns brasileiros. Enquanto pessoas morrem por falta de sangue, outros são impedidos de doar.


Lu Mounier

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Novo livro a caminho...

Homens virando gays...

As mulheres estão reclamando que está difícil de encontrar homens heterossexuais no mercado. Convenhamos, essas botas que estão usando ultimamente são um horror, brega, cafona. Nós estamos no Brasil, não tem clima tão frio ao ponto de se usar uma bota parecida com as que se usa no Alasca, Europa, ainda mais por dentro da calça jeans (Misericórdia). Socorroooooooooooooo... Essa nova moda é brochante, homens reclamam, mulheres fiquem alerta, porque é pra eles que vocês deveriam se vestir.



Foto extraída do link: http://sobresaltos.files.wordpress.com/2008/04/bota-errada.jpg