Hoje farei diferente, venho postar um caso de uma amiga que está passando por um uma situação muito vergonhosa para nós brasileiros. Vamos a ele:
Devido a um problema de saude, precisei me ausentar do trabalho e indo parar em uma dessas agências da Previdência Social. Foi exatamente ali que meu pesadelo começou. Obvio que a gente só se sujeita a essa condição se realmente estiver doente, porém, não é o que ele pensam.
Na primeira perícia o médico me olhou com cara de desconfiado, fez perguntas e eu as respondi com alguma dificuldade. Quando fui explicar coisas mais importantes relacionadas ao meu problema de saúde, escuto um sonoro "Cala a boca". Insisti: é importante essa informação a respeito do meu problema de saúde; e novamente escuto um sonoro "Cala a boca, voce é surda?" Em resposta aquela agressão, falei: Eu já estou doente e você ainda me manda calar a boca? Que falta de respeito é essa?... Engraçado que se ofender você eu pego de 6 meses a 1 ano de cadeia né?
Após o término da perícia, mesmo com suas perguntas respondidas e meus laudos comprovando o problema de saúde, o médico não me concedeu o benefício.
Ao chegar em casa liguei para a ouvidoria do INSS e registrei uma reclamação sobre o períto e pensei que a solicitação não seria levada adiante. Após solicitar um pedido de reconsideração, chegou o dia da perícia. Pra minha surpresa quem me atendeu? O Mesmo médico!
Vendo-me entrar na sala, questionou:
-Foi você que reclamou do meu trabalho na ouvidoria, não foi?
Respondi que sim. Ele me pediu desculpas e disse que naquele dia, ele estava num mal dia. Respondi a ele que eu tenho meus problemas, e não são poucos, nem por isso saio dando coices nas pessoas por ai. Em seguida concedeu-me 3 meses de benefício.
O Tempo passou e novamente lá vou eu à uma agencia para uma nova perícia médica e novamente, o mesmo médico. Dessa vez, mesmo com um laudo informando que não tenho condições para voltar ao trabalho, sou encaminhada para uma reabilitação.
Durante esse período, compareci em uma agência da previdencia no Tatuapé, nos dias e horários extipulados por eles e após tudo isso, passei em uma nova perícia lá mesmo. O resultado? Alta!
Lá fui eu novamente até a empresa. A médica do trabalho viu que eu não tinha condições nenhuma para trabalhar e me reencaminhou para o INSS novamente, tendo vários pedidos negados e alguns concedidos.
Sofro de Transtorno Bipolar, e no meu Laudo também consta outro CID: F29. Segundo o que li e também segundo informações na Internet, com esse laudo eu teria direito a aposentadoria, mas na prática não é o que vejo acontecer comigo. Diversas vezes fiquei por meses sem receber nem um centavo, e agora no presente momento estou vivenciando tudo novamente.
Em uma das vezes entrei em desespero, pois tenho 2 filhos e eles comem, bebem todos os dias. Eu não tinha condições de comprar comida, tendo que sujeitar-me a situações e momentos de humilhação ao pedir ajuda para amigos e parentes.
Voltei ao trabalho. A Médica do trabalho questionou: Você tem certeza do que está fazendo? Respondi que Sim e retomei as funções. Recebi uma notificação informando que eu deveria refazer o treinamento, sendo o local em um edifício já conhecido por mim na Barra Funda. No dia marcado fui conforme solicitação, mas não estava nada bem. Ao embarcar no Metro Itaquera, fui seguindo viagem e só me lembro até a estação Brás. Depois, mesmo lendo os nomes das estações, não sabia mais onde estava. Comecei a entrar em pânico.
Quando vi todos desembarcar, segui o fluxo a pedido do operador que informava ser desembarque obrigatório. Encontrava-me na estação Barra Funda, e ao passar pelos bloqueios foram apenas alguns metros para que eu me perdesse.
Olhei na bolsa e encontrei um papel que indicava para onde eu iria, mas como eu chegaria nesse local se nem sabia onde estava?
O pânico tomou conta de mim. Algumas pessoas perceberam que eu não estava bem e as mesmas me levaram de volta ao metrô. Cheguei em uma das estações, desci e fiquei observando o movimento pra ver se lembrava onde estava. Lembro-me que vi claramente o metrô chegar, encostar na plataforma e abrir as portas. Entrei e só fui me dar conta de que aquela composição era fruto da minha imaginação quando me vi caída entre os trilhos. Além de ser chingada, ser tratada como louca e suicida, passei muita humilhação com o atendimento dos funcionários do metrô que mal questionaram a real causa da minha queda, largando-me na emergência do hospital mais próximo.
Depois desse episódio, percebi que NÃO podia mais sair sozinha de casa. Foi-me concedido o benefício de afastamento por mais 3 meses, tendo que novamente voltar ao posto do INSS para nova perícia após o período vencido.
Cheguei no dia e horário marcado, quando fui surpreendida pela notícia: “Estamos remarcando, pois o médico períto está em GREVE.” Aquele mesmo médico que me maltratou e maltratou muitas outras pessoas, que não possui o mínimo de respeito pelo ser humano, deixando de lado todos os valores éticos e morais que a profissão ensina e que muitos graduados trocam pela REMUNERAÇÃO que recebem, descontando sua insatisfação em quem nada tem a ver.
Em resumo, somente na 4ª tentativa de remarque que eu consegui passar com o médico. Obviamente esse foi mais um episódio, como já era de se esperar, de mais humilhação. Duvidando de que eu realmente estava doente, o médico períto pediu pra falar com minha mãe, entregando a ela um papel solicitando uma série de documentos relacionados ao meu problema de saúde.
Providenciei todos os papeis e permaneci com o benefício ativo até a data de entrega dos papeis que o mesmo havia solicitado. Com os relatórios entregues, aguardei o resultado. Após vencer o prazo, remarquei a perícia, e ao chegar no posto no dia e horário agendado por eles recebo a notificação: “Vamos ter que remarcar, pois o médico perito faltou.” As remarcações sempre são feitas para 45 dias depois, 2 meses, e enquanto aguardo para a próxima data, nada recebo por isso.
Hoje voltei ao INSS, e para minha surpresa não fui atendida porque o médico perito encontra-se de licença. Não acreditei no que eu ouvi, questionando quando iria receber meu benefício. A resposta? Um debochado NÃO SEI.
Estou passando por essa luta para poder me tratar, pois não tenho condições de voltar ao trabalho. Mas mesmo assim estou sendo interpretada como mentirosa, vigarista, aproveitadora. Uma pessoa com 2 cursos superiores na área de TI, um vasto conhecimento na área e inúmeras oportunidades de trabalho no mercado, podendo ganhar dez vezes mais do que o medíocre benefício previdenciário, se estivesse em boa saúde, em sã consciência se sujeitaria a essas humilhações?
Sofro muito por conta da esquisofrenia e o Transtorno Bipolar, mencionados nos laudos com CID prescritos pelos médicos especialistas. Meus filhos têm depressão e a menina de 4 anos toma remédio controlado. Alguém conhece Litio?, pois é o que ela toma.
Ouço vozes, vejo coisas. Sinto constantes tonturas, agravadas quando fico nervosa. Dores de cabeça e corpo são constantes.
Nesse momento estou sem receber nada há exatos 3 meses, contas a pagar, bocas para alimentar, sem poder trabalhar fora, sem poder fazer nada. Minha perícia, que fora marcada para semana passada, teve que ser adiada por conta do afastamento do médico, sendo remarcada para o próximo mês.
Sinceramente, não sei o que fazer para mudar minha situação.
