sábado, 20 de setembro de 2014

LANÇAMENTO DE NOVO LIVRO

Recebo semanalmente e-mails questionando quando lançarei uma nova obra. Eu havia anunciado o próximo lançamento, intitulado como A primeira pedra, e como não está todo finalizado resolvi mudar alguns planos. O livro terá muita história pra contar, por esse motivo, a princípio dividirei em mais de um livro, assim como aconteceu com a obra O Jardim da Luz.

Acredito que nas próximas semanas tenhamos a obra liberada para compra no site.

Quanto a segunda parte da história, antes que me perguntem, sim, já tem nome. Mas não vou revelar, pois quero deixar um pouco de mistério e curiosidade!

Para os curiosos e leitores de plantão, segue um trecho da nova obra:



"Já passava das nove horas quando resolvi dar uma volta pelo gramado. A noite estava fresca, céu sem nuvens. Em passos lentos segui até uma edícula localizada nos fundos da casa, admirando a copa das árvores iluminadas pela luz da lua. Dama da Noite exalava seu perfume embevecendo tudo que por ali passava.
Sentei-me à grama apoiando as costas em uma árvore. Silêncio. A noite estava alta, parte da floresta já dormia. Enquanto procurava não pensar em nada, ouvia a natureza conversar entre si. Fechei meus olhos enquanto apreciava a sinfonia das cigarras. Senti meu corpo anestesiado, aliviado de sentimentos ruins acumulados pela vida frenética de cidade grande. Respirava fundo e sentia o ar puro limpar minha alma.
Não vi o tempo passar. A sensação que senti foi de uma paz interior jamais antes sentida, um peso nas costas retirado por completo.
Levantei-me rapidamente quando ouvi um barulho de folhas secas sendo pisadas.
-Que susto! – Exclamei quando vi que era o Rômulo a se aproximar.
-Desculpa, cara! Não quis te assustar...
-Pensei que fosse uma onça!...
-Onça? Aqui não tem onça... Uma jaguatirica até poderia ser. Aceita uma cerveja? – Perguntou entregando-me uma latinha de cerveja.
-Aceito!
-Você se incomoda se eu ficar aqui um pouco te fazendo companhia?- Perguntou ele.
-Por mim tudo bem... Eu estava precisando um pouco desse silêncio do campo...
-É eu sei.
-Como você sabe?
            Sentando-se ao meu lado, ele respondeu:
-Eu sei mais sobre você, do que você pode imaginar, Gael.
            Ficamos nos olhando por um tempo, até que perguntei:
-Você pensa que me conhece depois de ter trocado meia dúzia de palavras... Acha isso tempo suficiente?
            Rindo, ele respondeu:
-E quem disse que eu te conheço desde ontem?
-Não estou entendendo aonde você quer chegar, Rômulo.
            Apoiando sua latinha à grama, ele aproximou-se de mim dizendo:
-Será que você ainda não percebeu que eu tô a fim de você, Gael?
            Fiquei sem saber como reagir. Por mais que eu tivesse uma mente maliciosa, não havia percebido nada que desse a entender um interesse da parte dele por mim.
-E desde quando você é gay? – Perguntei levantando-me.
-Desde que nasci. E você, desde quando você decidiu que ia virar gay?
-Eu nunca disse que era gay... Aliás, ninguém escolhe “ser gay”.
-Então por que você me perguntou “desde quando eu sou gay”?
-Porque não havia percebido em você nenhuma atitude que insinuasse esse seu interesse por mim...
-Eu sei esperar o momento certo.
-E você julga ser esse o momento certo?
            Após olhar para um lado e para o outro, ele respondeu sussurrando:
-Gael... Estamos só nós dois aqui sem ninguém pra testemunhar ou atrapalhar.
            Levantando-se e caminhando em minha direção ele olhou dentro dos meus olhos, puxou meu corpo para junto do seu e com suas costas apoiadas à árvore iniciou um beijo. Que beijo! Fechei meus olhos e me entreguei, deixando que ele fizesse o que quisesse."