quarta-feira, 29 de julho de 2009

Trecho - Prévia do Livro: Novembro


Dizem que se leva um minuto para conhecer uma pessoa especial, uma hora para amá-la e uma vida inteira para esquece-la. Por mais que o tempo passe, existem coisas que jamais apagaremos da memória, cicatrizes deixadas pela vida que nos acompanharão pra sempre.


Filho de pais alemães, nasci e cresci em São Paulo, onde morei por treze anos até minha família voltar à Europa. Devido a crise que o continente enfrentou pós guerra, a empresa em que meu pai trabalhava encerrou suas operações no Brasil, o transferindo para a matriz em Berlim.


Aceitar a idéia foi difícil, principalmente pelas razões climáticas, os amigos. O que eu não sabia, era que minha vida mudaria para sempre.


Em meu quarto eu lia um livro que trouxera do Brasil, somente com a luminária ao lado direito da minha cama ligada, além do aquecedor. O frio que fazia naquela noite despertava-me vontade de chorar, mesmo agasalhado.


A primeira noite foi a pior de todas, pois não tínhamos vestimentas apropriadas para aquele clima, nos fazendo quase congelar.


Logo quando o dia amanheceu meu pai foi trabalhar, ficando apenas eu, meu irmão e minha mãe. Desci para tomar café da manhã, tremendo feito uma vara verde.
Colocando o bule sobre à mesa, minha mãe falou:


-Hans, preciso que você vá comigo até a loja de tecidos.
-Fazer o quê, mutter?

-Vou comprar tecido. Não temos muito dinheiro para gastar com alfaiate e precisamos de boas vestimentas para passar o inverno.
-Por que a senhora não leva o Patrick?
-Porque ele ficará estudando.
-Humpft... Tudo bem.


Mesmo que eu não concordasse em ir, ela obrigaria-me de qualquer jeito. Nossa educação sempre foi muito rígida, tendo os pais como soberanos de tudo. Claro que eu não concordava com tais regras, porém, contrariar não adiantaria muito, apenas levaria-me para cama mais cedo, e certamente acompanhado de uns puxões de orelha.


Caminhando apressado, tentava acompanhar os passos de minha mãe em direção à loja de tecidos.


Tomando a frente, minha mãe empurrou a porta, entrando rapidamente, comigo logo em seguida. Quase a deixei bater, pois ventava muito naquele momento.


Aproximando-se do balcao, mamae olhava de um lado pro outro as pilhas de tecidos, ao mesmo tempo em que tirava suas luvas.


Não demorou muito para que uma senhora nos abordasse:


-Bom dia!
-Bom dia. Quero ver alguns tecidos para fazer roupas de inverno.
-Ah sim! Acompanhe-me, por favor.
- Disse aquela senhora caminhando em direção às prateleiras.


A loja tinha alguns adereços estranhos, provavelmente provindos de outra cultura. Conforme minha mãe ia pedindo, o senhor que estava no balcao ia medindo, cortando e embrulhando os tecidos.


Ambiente sombrio, cheirava a couro. A porta de entrada nos permitia visualizar os bondes e pessoas pela rua passar, pois da metade para cima era de vidro.


Depois de muito esperar, eis que ouço meu nome:


-Hans... - Chamou minha mãe.
-Senhora?
-Venha me ajudar com os pacotes.
-Sim.


Quando voltei ao balcao e vi aquela pilha de pacotes amontoados, tive vontade de chorar. Nunca pensei que minha mae fosse comprar tanto, sobrando, claro, para eu carregar.


-Quanta coisa! - Exclamei abismado.


Dando a volta pelo balcao, o senhor de cara feia disse:


-Aguarde um momento que vou lhe ajudar com os pacotes.
-Sim.
- Respondeu minha mae colocando suas luvas.


Caminhando por um longo corredor, gritou o senhor:


-Eliezer!... Eliezer!...

(Curioso para saber como continua? Não perca em breve um novo livro de Lu Mounier)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Entrevista com Lu Mounier

Essa entrevista foi realizada por dois alunos de jornalismo da ECA, Juliana Pascoal e Emerson Ferreira para um trabalho da faculdade. Resolvi publicar para ajudar em seu trabalho.




















































































































quinta-feira, 2 de julho de 2009

Foi Deus quem fez isso?









Por séculos os homossexuais foram perseguidos. Durante a Inquisição Portuguesa (1536-1821), mais de três mil foram denunciados, aproximadamente quinhentos foram presos e mais de vinte queimados na santa fogueira. Perante a igreja, esse era considerado o mais sujo dos pecados, sendo punido com o maior rigor das leis cristãs. A Igreja Evangélica possui uma postura muito firme referente à homossexualidade. Mesmo utilizando-se de argumentos da sociologia, psicologia, ética e ciência, é da Bíblia Sagrada que a base da compreensão teológica é retirada. Apesar de ser desfavorável à prática homossexual, acham que os homossexuais devem ser acolhidos, ouvindo a palavra de Deus, condição essa que pode ser mudada, tratando-se de uma questão de escolha e ocasionada pela falta da palavra.