"Meu filho, Lucas, foi vítima de bullying no final de 2011 na
escola pública onde estuda. Por ser
bonito, magro, sociável com todos, era chamado de viado, CDF, maricas, tudo por
não querer participar das bagunças e complôs contra as outras salas. Como se não
bastassem discriminar meu filho por optar em não fazer parte daquelas atitudes
que ele próprio não achava correto, teve a lente direita de seus óculos
sumariamente “furtada” por um dos colegas de sua sala que o ameaçou, dizendo
que se meu filho o denunciasse, bem como os demais que participavam das
brincadeiras de mau gosto, o Lucas apanharia até não aguentar mais. Chegaram ao
ponto de ameaçar em ir em nossa casa. Achei inadmissível toda essa situação e
dei um basta. Tive uma conversa séria com meu filho, que relatou tudo o que
sofria na escola por parte dos colegas bagunceiros. Outro dia logo pela manhã
fomos eu e meu filho até à secretaria da escola. Pedi para falar com a diretora
que me ouviu apenas para cumprir uma formalidade, registrando o caso no livro
de ocorrências. O mais importante que era tratar a questão do bullying e a
perseguição que meu filho sofria na ocasião, ela nada fez, dizendo que iria
apurar os fatos com os envolvidos e pedir a devolução da lente de seus óculos,
o que também não ocorreu. Não me restou outra alternativa senão ir até à
delegacia de polícia mais próxima registrar um boletim de ocorrência e citar
todos os envolvidos, principalmente o colega de classe que furtou a lente dos
óculos do Lucas. Eu e meu filho passamos por constrangimento, onde fomos
submetidos a um estresse emocional muito grande com essa história, visto que
precisei perder um dia de trabalho para resolver essa questão. O caso foi
resolvido entre os pais do garoto que destruiu a lente dos óculos e eu, pois a
escola se negou a participar da conciliação. Penso que tomei a atitude mais
correta nesse caso porque defendi os direitos de um cidadão que precisa estudar
e ter estrutura emocional para isso: meu filho. O bullying sempre existiu.
Mesmo nos meus tempos de colégio, as brincadeiras, as piadas, tudo nos ferem, e
ferir é a real intenção do bullying. Ferir sobretudo os direitos
constitucionais, o que não admito e por isso mesmo levei a denúnica adiante
registrando uma reclamação junto à Secretaria de Ensino de São Paulo devido a
omissão e indiferença da Diretora. Meu filho continua estudando na mesma escola
e, como é início de ano letivo, tudo parece tranquilo. Os colegas de classe
parecem entrosados com ele, mas até quando? Não sei, mas espero não passarmos
por isso novamente." - Luciana,
mãe de Lucas - Aluno da 6ª série do Ensino Fundamental da Escola Municipal
Monteiro Lobato, São Paulo.
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