"A noite estava fresca, lua cheia, céu sem nuvens
todo estrelado, clima perfeito para momentos de prazer a dois. O semáforo
acabara de fechar. Parei o carro à fileira do meio, o primeiro. Puxei o freio
de mão e relaxei os pés. Ao meu lado esquerdo parou um carro de vidros escuros.
Meu olhar perdeu-se no horizonte daquela avenida que nunca dormia, até que uma
leve buzinada do carro ao lado chamou-me atenção. Olhei imediatamente, e os
vidros daquele belo automóvel já estavam abaixados, revelando um belo rapaz de
barba.
Sorriso
safado e olhar insinuante. Comecei a me excitar só de imaginá-lo nu. O semáforo
permanecia fechado, e no banco de trás meu irmão dormia como um anjo. Pisquei
para o moreno que me vazia sinal para encostar, porém, fiz-me de difícil e engatei
a primeira, arrancando em seguida com o carro ao mesmo tempo em que sorria para
o moreno, dando a deixa de que também estava a fim. Claro que ele percebeu, e
possuído por uma notória empolgação foi acompanhando-me até o quarteirão
seguinte, onde mais uma vez precisamos parar para aguardar o semáforo.
Parando
seu carro bem colado ao meu, baixou o volume do seu rádio e inclinou seu corpo
para o lado do passageiro questionando:
-Tudo bem?
-Tranquilo e você?
-Melhor agora! Passeando?
-Voltando pra casa...
-E o que um cara tão bonito como você faz essa hora na rua?
-Fui buscar meu irmão na casa da minha tia. - Respondo apontando para
o banco de trás, onde o Dudu dormia.
Nesse
momento o farol abriu. Engatei a primeira e segui em velocidade reduzida até as
proximidades do Paraíso, onde encostei o carro em uma rua pouco movimentada, e
claro, o rapaz do outro veículo acompanhando-me.
Descendo
de sua máquina importada ele seguiu até mim dizendo:
-A gente nem se apresentou... Meu nome é Cristiano.
-Prazer, Cristiano! E eu sou Gael.
-Nome tão lindo quanto o dono...
Tirei o
cinto e abri a porta ao mesmo tempo em que questionava:
-Você é sempre galanteador assim?
-Nem sempre, só com quem merece. Assim como você!"
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