sexta-feira, 18 de junho de 2010

E lá vamos nós...

Há alguns dias, ao pegar o ônibus voltando para casa presenciei uma cena desagradável. Uma senhora passou seu bilhete especial e o cobrador pediu para visualiza-lo. Recusando-se a mostrar, iniciou uma discussão.

"Eu não tenho obrigação nenhuma de te mostrar meu bilhete..."

Na verdade, ela tem sim. O cobrador estava ali, fazendo sua parte. Ela, como portadora do benefício tem a obrigação de apresenta-lo ao cobrador, pois o mesmo está exercendo seu papel de fiscal. Se estivéssemos em um país de pessoas civilizadas, não precisaria haver tais constrangimentos para ambos, porque ninguém pegaria bilhetes especiais que não os pertence para sair passando em vários ônibus, como vem acontecendo bastante.
Ao mesmo tempo em que percebo uma contradição social, vejo que há um sério problema, que é o SEU problema e o MEU problema. "Um carro velho bateu no meu em plana Marginal. A polícia teve a audácia de pedir meus documentos, ao invés de fiscalizar esse tipo de veículo". Já a outra parte pensa da seguinte forma: "Estou trabalhando, não sou bandido, é minha ferramenta de trabalho. A polícia ao invés de correr atrás de trabalhadors deveria correr atrás dos bandidos". Ou seja, nunca ninguém tem a culpa, e quando um órgão público lhe pára para conferir sua situação perante a lei acha um absurdo.
Quero lembrar que o Brasil está na situação que está porque não há fiscalização suficiente. Sem fiscalização as armas entram no país e ocupam os morros, as drogas são importadas devastando famílias, produtos são contrabandeados e vendidos para os "expertos", e em Brasília, a gráfica dos deputados com mais de 1000 funcionários em folha ganhando mais de 3,000 de salário não comporta nem 10%. E quem paga pela falta de fiscalização? Aquele mesmo trouxa que se sente indignado por ter sido parado por um fiscal.
Um país de primeiro mundo só se faz com pessoas de primeiro mundo.

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