quinta-feira, 10 de março de 2016

LIVRO: PROFISSÃO AMANTE - CAPÍTULO 10





| O plano perverso | 

Um dia se passou. Logo quando acordei fui telefonar para a Talita, ansioso para mostrar-lhe a novidade e a eficácia de meus serviços. Seu celular estava na caixa postal, então resolvi ligar para sua clínica.
-Clínica Corpo & Vida, Daniela bom dia!?
-Bom dia, Daniela! Eu quero falar com a Talita.
-O senhor já possui cadastro conosco?
-Acho que você não entendeu... Apenas quero falar com a Talita. Diga que é o Claus.
-Por favor, aguarde um momento que vou ver se ela pode atendê-lo.
-Ela vai ter que me atender.
Não foi preciso esperar muito tempo, pois logo pegou o telefone para me atender, como eu já esperava.
-Alô?
-Bom dia!
Fechando à porta de sua sala ela falou baixinho:
-Eu não quero mais que você ligue pra clínica procurando por mim...
-Eu tentei seu celular, mas estava na caixa postal. Da próxima vez eu ligo na sua casa.
-Jamais faça isso! É melhor que ligue aqui mesmo.
-Foi o que pensei...
-Fala logo o que você quer, pois estou muito ocupada.
-Já checou seu e-mail hoje?
-Não. O que tem o e-mail?
-Acesse que você vai saber...
-Espere um momento...
A reação dela não poderia ser outra se não a que eu esperava:
-Ah meu Deus!
-Gostou?
-Como você conseguiu isso?
-Não vem ao caso agora. Espero ter ajudado com essas fotos.
-Ajudou muito, mas não é suficiente.
-Vamos com calma, estou fazendo o que posso conforme as oportunidades vão aparecendo.
-Tudo bem.
-Agora volte a trabalhar, depois nos falamos mais.
-Sim.
-Tenha um bom dia!
-Pra você também.
            Ordinária! Com certeza a intenção da Talita era ferrar com a vida do cara, pois aquelas fotos eram comprometedoras demais para serem usadas somente como álibi para pedir a guarda definitiva dos filhos. Cedo ou tarde a verdade iria aparecer, e eu, certamente não estaria lá para ver, embora fosse essa minha vontade.
            As festas de final de ano estavam chegando, e a saudade da minha mãe só aumentava. Falar com ela pelo telefone era a maior complicação, pois até que a coitada fosse ao bar pra poder atender, perdíamos muito tempo, além do incomodo que causava.
            Para que ela não precisasse sacrificar-se tanto, resolvi comprar um telefone móvel, dessa forma poderíamos nos falar à hora que precisasse e quisesse.
Assim que recebeu, não se conteve de felicidade. Telefonou-me na mesma hora, agradecendo emocionada:
-Alô?
-Clau?
-Mãe?
-Filho... Chegou o telefone.
-E a senhora gostou?
            Através de seu silêncio percebi que estava chorando. Meu peito apertou. Saber que minha mãe estava feliz deixava-me satisfeito.
-Eu gostei muito, meu filho... Brigada!
-Não precisa agradecer. Pela senhora sou capaz de qualquer coisa...
-Quando que ocê vem me ver?
-Assim que eu arrumar uma grana eu dou um jeito de ir te ver.
-Tá bom, meu filho.
-Mãe...
-Heim?
-Eu te amo!
-Também amo ocê.
-Beijo.
            Desliguei o telefone feliz demais. Aquela foi a primeira vez que minha mãe disse que me amava, tocando-me demais o coração. Tudo que eu mais queria era proporcionar a ela um pouco mais de conforto, do qual nunca teve na vida. Pra falar a verdade, meu desejo era trazê-la para morar em São Paulo comigo, mesmo que minhas condições financeiras no momento não me permitissem, aquele era um sonho a se realizar.
            Conquistar o Leonardo não seria uma tarefa tão fácil quanto eu havia pensado, e sinceramente eu já estava me cansando de tanto esperar pelo “donzelo”. Para não ficar ainda mais estressado do que eu já estava com a demora no andamento daquele plano, resolvi passar o tempo malhando um pouco na academia do flat, além de aproveitar os dias de sol na piscina, pegando um bronzeado.
            Todas as vezes que eu tomava banho no vestiário da academia, tinha a impressão de ter alguém me espiando. De início não levei muito a sério, pois achei que fosse coisa da minha cabeça, até pegar o recepcionista no flagra.
-Opa! -Estava me espiando? - Exclamei abrindo a porta repentinamente.
-Não... Foi sem querer...
-Sei...
            A cara que ele fez foi muito engraçada. Claro que eu não iria rir na sua frente, mas que deu vontade, isso deu.
-Qual seu nome? - Perguntei estendendo minha mão para ele.
-Emerson. - Respondeu timidamente.
-Prazer! Meu nome é Claus.
-Prazer...
            Propositalmente tirei a toalha que havia enrolado em volta da cintura, ficando completamente nu. Coitado, imediatamente sua expressão fácil foi de branco para vermelho, tamanha vergonha que deixei o coitado. Sem graça, ele tentava desviar o olhar, mas eu não era idiota e notei que estava louco para ver-me por completo.
-E então... Você trabalha aqui há quanto tempo? - Perguntei aproximando-me dele.
-Seis...
-Hã?
-Seis meses. - Respondeu amedrontado, com a voz trêmula de nervoso.
-Você está suando... Não quer tomar um banho?
-Suando... Eu?
-É.
-Impressão sua.
-Deixa de cerimônia... Vem tomar um banho...
-Não posso...
-Então tá... Você quem sabe.
            Deixei-o lá e segui até a piscina após vestir minha sunga preta. Procurei não ficar muito tempo exposto ao sol, porque minha pele costumava ressecar demais, além de arder feito queimadura.
Voltava pelo curto corredor do elevador de serviço segurando uma toalha, quando cruzei novamente com o Emerson desocupado, que saia do banheiro dos funcionários abotoando à calça. Tesão! Aquele garoto me atraia demais fisicamente. Jovenzinho, jeito de moleque, um franguinho pronto para ser abatido, e eu me encarregaria de iniciar o garoto, claro.
Ao passar por ele, percebi que fui foco do seu olhar. Tolinho, pensou que eu não percebi. Logo reparei que minhas suspeitas estavam corretas, ele era gay e estava querendo algo. Notei que o Emerson gostava de interfonar pro meu apartamento, mesmo quando eu já deixava avisado que determinadas visitas estavam liberadas, como a Talita, por exemplo, mas sempre fazia questão de anunciá-la.
A verdade era que o Emerson estava querendo caçar assunto. Não sou besta. Aquela sua aliança de noivado não me intimidava, e nem ia perder a oportunidade de me atirar pra cima dele, já que o cara era uma gracinha.
-Escuta... - Falei aproximando-me dele.
-Sim?
-É que você interfona tanto pro meu apartamento que ás vezes chego a achar que tá querendo.
-Eu tô querendo?
-Sim.
-Querendo o quê?
            Aproximei-me dele e disse:
-Não se faça de idiota...
-Psiu, fale baixo, alguém pode ouvir... Olha, eu deixo meu expediente ás três da tarde. Podemos conversar depois?
-Te encontro na escada de emergência do quinto andar, às três.
-Mas... Senhor Claus...
-Às três.
-Tudo bem.
-Até.
Subi para o meu apartamento planejando como iria agarrá-lo, pois não esperaria um dia a mais se quer para dar um beijo naquela boca e chupar aquele pescocinho branquelo de bebê, deixando minha marca.
Faltando apenas quatorze minutos para as três da tarde, segui direto pro local combinado. As luzes das escadas acendiam automaticamente ao detectar movimentos. Para não chamar atenção, esperei parado, para que não ascendessem com frequência e assim tornar mais um motivo de questionamentos dos funcionários do flat.
O tempo parecia não passar, e o silêncio chegava a me incomodar, quebrado apenas pelo barulho discreto do elevador de serviço. Quando o Emerson chegou, puxei pelo seu braço e o prendi à parede, nem dar tempo para que pensasse ou falasse. Que tesão! Eu sabia que se insistisse um pouco, ele acabaria cedendo, e claro que não me restringiria à oportunidade.
Com o movimento, a luz acendeu, mas nada me impediu de lascar-lhe um beijo naquela boca rosada de lábios carnudos. Abri minhas pernas e com elas bloqueei as suas. O Emerson estava louco para que aquilo acontecesse, mesmo negando a vontade. Sua respiração estava ofegante, e seu coração batia acelerado, quase saltando pela boca.
Nervoso, ele disse:
-Calma... Eu nunca fiz isso...
-Nunca fez o quê?
-Eu nunca... Fiquei com um cara.
-Então por que fica se insinuando pra mim?
-Mas eu não fico me insinuando, desculpa...
-Liga pro meu apartamento toda hora, por quê?
-Eu... Olha, eu sou noivo, curto mulher, mas sempre tive curiosidade de...
-Entendi... - Falei esboçando um sorriso safado.
Colei meu corpo ao dele, e aproximando minha boca à sua, perguntei:
-Agora tem a oportunidade, quer matar a curiosidade?
Sem dizer uma palavra ele respondeu que sim, fazendo sinal com a cabeça. Na mesma hora, dei-lhe um beijo com sede. Apesar de ser apenas um moleque, beijava muito bem, com vontade.
Escorregamos pela parede, espalhando-nos pelos gelados degraus. A luz acendia e apagava, pois os movimentos que fazíamos não passavam despercebidos pelo sensor. Seu olhar era de assustado, porque o medo e a possibilidade de sermos pegos com a calça na mão era constante, o que me dava ainda mais tesão.
Baixei minha calça até os joelhos. Enquanto nos roçávamos, ele abriu sua carteira e tirou uma camisinha. Safado! Já estava preparado para qualquer eventualidade, enquanto eu achava que estava pegando pesado demais com o cara.
Após estarmos protegidos, trepamos gostoso, sexo selvagem como dois animais no cio. Pegadas e suores transbordavam nossas vontades, colocando em prática tudo que nossa imaginação ofertasse. Morrendo de tesão ele raspava sua mão à parede, segurando-se forte a cada bombada para não rolar por aqueles degraus, únicas testemunhas de nossa iniciativa proibida.
-Nossa!... Ah... - Exclamava sussurrando.
-Está curtindo?
-Demais!
Puxava seus cabelos como crina de cavalo. O vidro da janela de ventilação já estava embaçado, e as paredes marcadas pelas nossas vontades expressadas pelas mãos. Gozamos gostoso, suados de tanto tesão e desejo. Pra mim foi bom demais, e sei que ele também curtiu, pelo menos demonstrou através dos gemidos e caretas que aprovaram minha performance.
Perdi minha virgindade aos treze anos com uma amiga de escola. Desde então, não parei mais de praticar. Sexo pra mim tinha que ser quase todo dia, não importava se fosse com menino ou menina, o importante era gozar.
Vesti minha calça. Deitado no degrau, ainda vestindo apenas a cueca, o Emerson comentou:
-Não acredito que eu fiz isso!
Chupando sua orelha, perguntei:
-Por quê? Não gostou?
-Curti muito... Mas sei lá se isso é certo...
Enquanto vestia sua calça, comentou dando-se conta:
-Se alguém me catar aqui, eu tô fodido...
Ouvimos passos. Pegando a camisa do chão, exclamei:
-Caralho! Corre...
Cruzamos à porta-corta-fogo e pegamos o elevador de serviço. Mesmo inexperiente, o Emersom soube fazer muito bem, não decepcionou em nenhum momento. Minha satisfação foi enorme, já que eu não fazia aquilo há algum tempo, e se dependesse do Leonardo continuaria casto por muito tempo.



Próximo capítulo:  | A transa |
Dia 11/03





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