| O plano
perverso |
Um dia se passou. Logo
quando acordei fui telefonar para a Talita, ansioso para mostrar-lhe a novidade
e a eficácia de meus serviços. Seu celular estava na caixa postal, então
resolvi ligar para sua clínica.
-Clínica
Corpo & Vida, Daniela bom dia!?
-Bom dia,
Daniela! Eu quero falar com a Talita.
-O senhor
já possui cadastro conosco?
-Acho que
você não entendeu... Apenas quero falar com a Talita. Diga que é o Claus.
-Por
favor, aguarde um momento que vou ver se ela pode atendê-lo.
-Ela vai
ter que me atender.
Não foi preciso esperar
muito tempo, pois logo pegou o telefone para me atender, como eu já esperava.
-Alô?
-Bom dia!
Fechando à porta de sua
sala ela falou baixinho:
-Eu não
quero mais que você ligue pra clínica procurando por mim...
-Eu
tentei seu celular, mas estava na caixa postal. Da próxima vez eu ligo na sua
casa.
-Jamais
faça isso! É melhor que ligue aqui mesmo.
-Foi o
que pensei...
-Fala
logo o que você quer, pois estou muito ocupada.
-Já
checou seu e-mail hoje?
-Não. O
que tem o e-mail?
-Acesse
que você vai saber...
-Espere
um momento...
A reação dela não
poderia ser outra se não a que eu esperava:
-Ah meu
Deus!
-Gostou?
-Como
você conseguiu isso?
-Não vem
ao caso agora. Espero ter ajudado com essas fotos.
-Ajudou
muito, mas não é suficiente.
-Vamos
com calma, estou fazendo o que posso conforme as oportunidades vão aparecendo.
-Tudo
bem.
-Agora
volte a trabalhar, depois nos falamos mais.
-Sim.
-Tenha um
bom dia!
-Pra você
também.
Ordinária! Com certeza a intenção da Talita era ferrar com a vida do cara, pois
aquelas fotos eram comprometedoras demais para serem usadas somente como álibi
para pedir a guarda definitiva dos filhos. Cedo ou tarde a verdade iria
aparecer, e eu, certamente não estaria lá para ver, embora fosse essa minha
vontade.
As festas de final de ano estavam chegando, e a saudade da minha mãe só
aumentava. Falar com ela pelo telefone era a maior complicação, pois até que a
coitada fosse ao bar pra poder atender, perdíamos muito tempo, além do incomodo
que causava.
Para que ela não precisasse sacrificar-se tanto, resolvi comprar um telefone
móvel, dessa forma poderíamos nos falar à hora que precisasse e quisesse.
Assim que recebeu, não
se conteve de felicidade. Telefonou-me na mesma hora, agradecendo emocionada:
-Alô?
-Clau?
-Mãe?
-Filho...
Chegou o telefone.
-E a
senhora gostou?
Através de seu silêncio percebi que estava chorando. Meu peito apertou. Saber
que minha mãe estava feliz deixava-me satisfeito.
-Eu
gostei muito, meu filho... Brigada!
-Não
precisa agradecer. Pela senhora sou capaz de qualquer coisa...
-Quando
que ocê vem me ver?
-Assim
que eu arrumar uma grana eu dou um jeito de ir te ver.
-Tá bom,
meu filho.
-Mãe...
-Heim?
-Eu te
amo!
-Também
amo ocê.
-Beijo.
Desliguei o telefone feliz demais. Aquela foi a primeira vez que minha mãe
disse que me amava, tocando-me demais o coração. Tudo que eu mais queria era
proporcionar a ela um pouco mais de conforto, do qual nunca teve na vida. Pra
falar a verdade, meu desejo era trazê-la para morar em São Paulo comigo, mesmo
que minhas condições financeiras no momento não me permitissem, aquele era um
sonho a se realizar.
Conquistar o Leonardo não seria uma tarefa tão fácil quanto eu havia pensado, e
sinceramente eu já estava me cansando de tanto esperar pelo “donzelo”. Para não
ficar ainda mais estressado do que eu já estava com a demora no andamento
daquele plano, resolvi passar o tempo malhando um pouco na academia do flat, além de aproveitar os dias de sol
na piscina, pegando um bronzeado.
Todas as vezes que eu tomava banho no vestiário da academia, tinha a impressão
de ter alguém me espiando. De início não levei muito a sério, pois achei que
fosse coisa da minha cabeça, até pegar o recepcionista no flagra.
-Opa!
-Estava me espiando? - Exclamei abrindo a porta repentinamente.
-Não...
Foi sem querer...
-Sei...
A cara que ele fez foi muito engraçada. Claro que eu não iria rir na sua
frente, mas que deu vontade, isso deu.
-Qual seu
nome?
- Perguntei estendendo minha mão para ele.
-Emerson.
-
Respondeu timidamente.
-Prazer!
Meu nome é Claus.
-Prazer...
Propositalmente tirei a toalha que havia enrolado em volta da cintura, ficando
completamente nu. Coitado, imediatamente sua expressão fácil foi de branco para
vermelho, tamanha vergonha que deixei o coitado. Sem graça, ele tentava desviar
o olhar, mas eu não era idiota e notei que estava louco para ver-me por
completo.
-E
então... Você trabalha aqui há quanto tempo? - Perguntei
aproximando-me dele.
-Seis...
-Hã?
-Seis meses. - Respondeu
amedrontado, com a voz trêmula de nervoso.
-Você
está suando... Não quer tomar um banho?
-Suando...
Eu?
-É.
-Impressão
sua.
-Deixa de
cerimônia... Vem tomar um banho...
-Não
posso...
-Então tá...
Você quem sabe.
Deixei-o lá e segui até a piscina após vestir minha sunga preta. Procurei não
ficar muito tempo exposto ao sol, porque minha pele costumava ressecar demais,
além de arder feito queimadura.
Voltava pelo curto
corredor do elevador de serviço segurando uma toalha, quando cruzei novamente
com o Emerson desocupado, que saia do banheiro dos funcionários abotoando à
calça. Tesão! Aquele garoto me atraia demais fisicamente. Jovenzinho, jeito de
moleque, um franguinho pronto para ser abatido, e eu me encarregaria de iniciar
o garoto, claro.
Ao passar por ele,
percebi que fui foco do seu olhar. Tolinho, pensou que eu não percebi. Logo
reparei que minhas suspeitas estavam corretas, ele era gay e estava querendo algo. Notei que o Emerson gostava de interfonar
pro meu apartamento, mesmo quando eu já deixava avisado que determinadas
visitas estavam liberadas, como a Talita, por exemplo, mas sempre fazia questão
de anunciá-la.
A verdade era que o
Emerson estava querendo caçar assunto. Não sou besta. Aquela sua aliança de
noivado não me intimidava, e nem ia perder a oportunidade de me atirar pra cima
dele, já que o cara era uma gracinha.
-Escuta... - Falei aproximando-me
dele.
-Sim?
-É que
você interfona tanto pro meu apartamento que ás vezes chego a achar que tá
querendo.
-Eu tô
querendo?
-Sim.
-Querendo
o quê?
Aproximei-me dele e disse:
-Não se
faça de idiota...
-Psiu,
fale baixo, alguém pode ouvir... Olha, eu deixo meu expediente ás três da
tarde. Podemos conversar depois?
-Te
encontro na escada de emergência do quinto andar, às três.
-Mas...
Senhor Claus...
-Às três.
-Tudo
bem.
-Até.
Subi para o meu
apartamento planejando como iria agarrá-lo, pois não esperaria um dia a mais se
quer para dar um beijo naquela boca e chupar aquele pescocinho branquelo de
bebê, deixando minha marca.
Faltando apenas
quatorze minutos para as três da tarde, segui direto pro local combinado. As
luzes das escadas acendiam automaticamente ao detectar movimentos. Para não
chamar atenção, esperei parado, para que não ascendessem com frequência e assim
tornar mais um motivo de questionamentos dos funcionários do flat.
O tempo parecia não
passar, e o silêncio chegava a me incomodar, quebrado apenas pelo barulho
discreto do elevador de serviço. Quando o Emerson chegou, puxei pelo seu braço
e o prendi à parede, nem dar tempo para que pensasse ou falasse. Que tesão! Eu
sabia que se insistisse um pouco, ele acabaria cedendo, e claro que não me
restringiria à oportunidade.
Com o movimento, a luz
acendeu, mas nada me impediu de lascar-lhe um beijo naquela boca rosada de
lábios carnudos. Abri minhas pernas e com elas bloqueei as suas. O Emerson
estava louco para que aquilo acontecesse, mesmo negando a vontade. Sua
respiração estava ofegante, e seu coração batia acelerado, quase saltando pela
boca.
Nervoso, ele disse:
-Calma...
Eu nunca fiz isso...
-Nunca
fez o quê?
-Eu nunca...
Fiquei com um cara.
-Então
por que fica se insinuando pra mim?
-Mas eu
não fico me insinuando, desculpa...
-Liga pro
meu apartamento toda hora, por quê?
-Eu...
Olha, eu sou noivo, curto mulher, mas sempre tive curiosidade de...
-Entendi... - Falei esboçando um
sorriso safado.
Colei meu corpo ao
dele, e aproximando minha boca à sua, perguntei:
-Agora
tem a oportunidade, quer matar a curiosidade?
Sem dizer uma palavra
ele respondeu que sim, fazendo sinal com a cabeça. Na mesma hora, dei-lhe um
beijo com sede. Apesar de ser apenas um moleque, beijava muito bem, com
vontade.
Escorregamos pela
parede, espalhando-nos pelos gelados degraus. A luz acendia e apagava, pois os
movimentos que fazíamos não passavam despercebidos pelo sensor. Seu olhar era
de assustado, porque o medo e a possibilidade de sermos pegos com a calça na
mão era constante, o que me dava ainda mais tesão.
Baixei minha calça até
os joelhos. Enquanto nos roçávamos, ele abriu sua carteira e tirou uma
camisinha. Safado! Já estava preparado para qualquer eventualidade, enquanto eu
achava que estava pegando pesado demais com o cara.
Após estarmos
protegidos, trepamos gostoso, sexo selvagem como dois animais no cio. Pegadas e
suores transbordavam nossas vontades, colocando em prática tudo que nossa imaginação
ofertasse. Morrendo de tesão ele raspava sua mão à parede, segurando-se forte a
cada bombada para não rolar por aqueles degraus, únicas testemunhas de nossa
iniciativa proibida.
-Nossa!...
Ah...
- Exclamava sussurrando.
-Está
curtindo?
-Demais!
Puxava seus cabelos
como crina de cavalo. O vidro da janela de ventilação já estava embaçado, e as
paredes marcadas pelas nossas vontades expressadas pelas mãos. Gozamos gostoso,
suados de tanto tesão e desejo. Pra mim foi bom demais, e sei que ele também curtiu,
pelo menos demonstrou através dos gemidos e caretas que aprovaram minha
performance.
Perdi minha virgindade
aos treze anos com uma amiga de escola. Desde então, não parei mais de
praticar. Sexo pra mim tinha que ser quase todo dia, não importava se fosse com
menino ou menina, o importante era gozar.
Vesti minha calça.
Deitado no degrau, ainda vestindo apenas a cueca, o Emerson comentou:
-Não
acredito que eu fiz isso!
Chupando sua orelha,
perguntei:
-Por quê?
Não gostou?
-Curti
muito... Mas sei lá se isso é certo...
Enquanto vestia sua
calça, comentou dando-se conta:
-Se
alguém me catar aqui, eu tô fodido...
Ouvimos passos. Pegando
a camisa do chão, exclamei:
-Caralho!
Corre...
Cruzamos à
porta-corta-fogo e pegamos o elevador de serviço. Mesmo inexperiente, o Emersom
soube fazer muito bem, não decepcionou em nenhum momento. Minha satisfação foi
enorme, já que eu não fazia aquilo há algum tempo, e se dependesse do Leonardo
continuaria casto por muito tempo.
Próximo capítulo: | A transa |
Dia 11/03
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