| Almoço em
família |
Manhã de sábado. Dormia
gostoso esparramado à cama, até a música do maldito telefone me acordar. Quase
cai no chão de susto. Mal humorado, atendi já no oitavo toque, querendo mandar
o infeliz pra puta que o pariu.
-Bom dia!
Te acordei?
- Perguntou o Leonardo com um sorriso na voz.
-O que
você acha?
-Eu ligo
mais tarde então.
-Não!
Agora que já me acordou não adianta.
-Então tá.
-Que
horas são? -
Perguntei tentando manter os olhos abertos.
-Quase
onze.
-Você
passa aqui para me buscar?
-Está
bem. Se apronte que em uma hora estou passando ai.
-Em meia
hora eu já estou pronto.
-Ótimo!
Passarei ai mais cedo então.
-Tudo
bem.
-Beijo.
-Outro.
-Tchau.
Desliguei o telefone e
fui tomar um banho morno. Olhei pela janela da sala e notei que o trânsito na
Avenida Brigadeiro Faria Lima estava tranquilo. O dia estava agradável. Domingo
ensolarado com poucas nuvens no céu.
Logo após sair do
banho, vesti uma cueca, borrifando perfume no corpo antes de vestir a camisa e
a calça.
Olhando-me ao espelho
eu estilizava o cabelo, quando ouvi meu celular tocar. Corri até a sala para
atendê-lo e com a mão melada de gel tentei segurá-lo.
-Alô?
-Estou te
esperando aqui em frente.
-Tudo
bem, já estou descendo.
Corri até o banheiro,
lavei as mãos e fui calçar o tênis antes de sair de casa. Usando óculos de sol
e uma regata branca, cruzei a porta principal e logo avistei seu carro parado
em frente. Olhei de um lado para o outro antes de atravessar, caminhando a seu
encontro.
-Demorei?
-
Perguntei debruçando-me à porta.
Olhando no relógio ele
respondeu:
-Um
pouco.
-É que eu
tive que fazer a barba antes...
-Tudo
bem. Agora a gente vai até a casa da minha ex-mulher buscar as crianças.
-Tá.
Coloquei o cinto de
segurança e apoiei a cabeça no encosto do banco, pensando em como seria chato
meu domingo rodeado de crianças insuportáveis gritando e brigando sem parar.
Chegando à casa da Talita, comportei-me como se nunca a tivesse visto na vida,
contrário dela que levou um susto ao me ver, deixando o Leonardo meio
desconfiado.
-Bom dia! - Exclamou a Talita
abrindo à porta.
-Bom dia.
Vim buscar as crianças... - Disse o Leonardo entrando à sala.
-Elas já
estão vindo. -
Respondeu constrangida.
-Deixe eu
te apresentar o Claus...
-Oi! - Saudei com um
sorriso amarelo.
-Olá!
Sem graça ela me
estendeu a mão. Confesso que a surpresa foi para ambos, mas no meu caso pude me
preparar, pois fui informado com antecedência, contrário dela que só ficou
sabendo quando avistou minha presença em sua sala.
Condomínio de luxo, cheio de seguranças, fazia-me pensar estar em outro mundo,
uma fortaleza. Seu apartamento era enorme, um por andar. A Talita morava na
cobertura, quatro suítes, piscina privativa, de frente para o Parque do
Ibirapuera. Só a sala deveria caber três apartamentos do flat que eu estava morando, tamanha imensidão.
A janela da sala estava
aberta, permitindo acesso à grande varanda com churrasqueira, contrastando com
as gigantescas árvores do parque ao fundo. O vento que entrava fazia dançar a
cortina, que de tão branca chegava a doer os olhos.
Com cinismo e tom de
ironia, a Talita perguntou ao Leonardo:
-Mais um
de seus "amigos"?
-Não
comece.
- Respondeu caminhando lentamente em direção ao corredor dos dormitórios.
-E ainda
tem a coragem de envolver nossos filhos nessa...
-Chega,
Talita.
Nervoso, ele falou:
-Eu já
volto, Claus.
-Tudo
bem.
-Me
acompanhe até a cozinha, Talita.
-Mas...
-Me
acompanhe até a cozinha, por favor?
Enquanto os dois se
trancaram na copa, encostei-me à porta para tentar ouvir. Provavelmente algum
quebra-pau sairia, porque a cara que o Leonardo fez não era para muitos amigos.
-Você é
louca de falar esse tipo de coisa na frente de um convidado meu?
-O convidado
é seu, e não meu. Além disso, eu estou em minha casa, e não falei nada demais.
-Não seja
cínica. Esse apartamento também é meu, não se esqueça.
-Você
sabe muito bem que não gosto de envolver nossos filhos em...
-Em quê?
Fala...
-Nessas
suas safadezas.
-Safadezas?
Quem é você pra falar de safadezas?
-Você não
tem motivo algum pra duvidar da minha moral.
-Ora,
Talita, não vamos discutir sobre ética agora. De certo você nem percebeu quando
avistei você e o massoterapeuta da sua clínica transando em cima da mesa do seu
consultório.
Caraca, mas que safada!
Bem que desconfiei que a Talita tinha um passado podre, embora fizesse questão
de manter toda aquela pose de mulher certinha, não passava de uma ordinária.
Quase engasgando, ela
tentava justificar:
-Você...
Vo... Cê...
-Aposto
que por essa você não esperava.
-Você não
vale nada, Leonardo.
-Jogue
limpo, Talita. Crie vergonha na sua cara e haja com caráter pelo menos uma vez
na vida.
Nesse momento ele abriu
a porta da cozinha, despertando atenção nas crianças que chegavam à sala de
mãos dadas com a babá carregando suas mochilas.
-Papai!
-Oh, vem
dar um beijo no papai... - Disse o Leonardo abaixando-se a abrindo os braços.
A menina, que já tinha
um pouco mais de idade, correu em direção a ele, enquanto o garoto, que era bem
menor, caminhava abraçado a um urso de pelúcia.
-Estava
com saudade do papai?
-Uhum...
-Cadê o
meu beijo, Tu?
Fazendo um bico, o
menino abraçou o pai, dando-lhe um beijo logo em seguida. Ao meu lado estava a
Talita, que vendo aquela cena, resmungou:
-Teatro...
Só porque você está aqui.
-Bem
falso ele, não?
- Comentei cruzando os braços.
-Muito.
Pegando na mão das
crianças, o Leonardo falou:
-Bem,
então vamos indo. Vão dar tchau pra mamãe...
Correndo em direção à
porta, eles gritaram:
-Tchau,
mamãe...
Soltando fogo pelos
olhos, ela respondeu:
-Tchau.
Enquanto seus dois
filhos tentavam abrir à porta da sala, a Talita fazia suas recomendações ao
Leonardo:
-A
Cláudia vai com vocês.
-Meus
filhos não precisam de babá para almoçarem com o pai.
-Eu quero
que ela vá, só assim ficarei tranquila.
-Está
bem. Coloque eles no carro, Cláudia.
-Sim,
senhor.
-Tchau,
Talita.
- Falei com um sorriso no canto esquerdo da boca.
-Tchau!
Entramos no carro e as
crianças já estavam no banco de trás. Prendia meu cinto de segurança, quando o
Leonardo perguntou á babá:
-Cláudia,
você prendeu o cinto de segurança deles?
-Sim,
senhor.
-Você
checou se a cadeirinha do Artur está bem presa?
-Sim, já
verifiquei tudo.
Pelo que eu pude
perceber, todo um processo de segurança deveria ser seguido com aqueles
pentelhos, informação preciosa que poderia me servir futuramente.
Seguimos pra casa do
Leonardo, onde a empregada já havia preparado o almoço. Durante o caminho as
crianças foram brincando com a babá no banco traseiro, enquanto íamos eu e o
Leonardo nos bancos da frente, calados.
Bebendo um achocolatado
de caixinha, a Giovana pediu:
-Cláudia...
Depois você me ensina pintar com aquarela?
-Ensino
sim...
Após pegar velocidade,
descíamos pela Avenida Brasil quando a Giovana falou:
-Papai...
Abre um pouco a janela pra mim?
-Pra quê?
-Pra
jogar essa caixinha fora...
Irritado, o Leonardo
questionou:
-O quê?
Você quer jogar lixo na rua?
-É porque
já acabou...
-E quem
falou pra você que na rua se pode jogar lixo?
-A mamãe
joga.
-Mas não
está certo, Giovana. Deixe ai no cantinho que quando a gente descer do carro
você joga dentro do lixo.
-Tá.
Eu percebia que seus
filhos espelhavam-se na mãe para cometer certas atitudes, e isso deixava o
Leonardo emputecido, pois geralmente as crianças absorviam o que não prestava,
influenciados pela má educação da Talita.
Ao chegarmos a sua casa, fiquei maravilhado. Portão automático, rua arborizada,
residência de luxo. Descemos do carro e caminhamos pelo jardim em direção a
porta social, em meio a um lindo gramado desenhado, como aqueles dos contos de
fadas.
Abrindo à porta, o Leonardo disse:
-Seja bem
vindo a minha casa!
-Obrigado!
Logo na sala havia um enorme aquário embutido na parede que dividia a sala de
estar com a de jantar. No início até assustei-me um pouco ao ver o contraste de
peixes deslizando pela imensidão daquela água azul.
-Nossa!
Que aquário lindo!
- Comentei admirado.
-Nunca tinha
visto um desse tamanho?
-Não.
Você deve passar horas com a torneira aberta enchendo isso...
-Esses
peixes são de água salgada... Repara como são grandes.
-Tô
vendo! Aquele ali é o quê? - Questionei apontando para um deles.
-Um
tubarão.
-Caraca! - Exclamei
afastando-me.
Vestindo um uniforme branco, uma senhora falou com um leve sorriso estampado:
-O almoço
já está posto, doutor.
-Obrigado
Vera. Vamos almoçar?
-Sim. - Respondi com
timidez.
Nos sentamos em uma bela mesa, decorada com muito bom gosto. Enquanto as
empregadas nos serviam, o Leonardo quis saber:
-Você
gosta de estrogonofe, Claus?
-Gosto.
-Então tá
bom. Como eu não sabia do que você gostava, mandei a Vera preparar também
feijão com arroz...
-Não
esquenta, eu gosto sim... Embora eu só tenha comido uma vez na vida.
-Hahaha...
De sobremesa tem torta de morango e banana flambada.
-O que é
isso?
-É a
banana levemente cozida com conhaque. Ela vira uma calda quente que você toma
sobre sorvete de creme.
-É aquela
que vem na mesa pegando fogo?
-Isso!
-Eu
sempre tive vontade de provar aquilo, acho muito chique...
-Depois
do almoço você prova.
-Opa!
Girando um copo de vidro que estava sobre a mesa, a Giovana não tocou em sua
comida. Prevendo algum acidente, o Leonardo chamou sua atenção:
-Giovana,
para de mexer nesse copo.
-Por quê?
-Porque é
de vidro e pode quebrar.
Dando um gole no suco de laranja, perguntei:
-A babá
deles não cuida do almoço?
-Sim, mas
eu pedi pra ela arrumar os quartos dos dois, porque estava uma bagunça.
-Então é
você quem cuidará deles.
-Sempre
cuidei, mesmo tendo ou não a babá presente.
-Mas não
é tarefa dela?
-A
educação dos meus filhos sou eu e a mãe deles quem dá, a função da babá é
acompanhá-los e cuidar das coisas deles.
Nesse momento a Giovana
deixou o copo cair ao chão, fazendo um forte barulho ao se quebrar. Irritado, o
Leonardo disse:
-O que
foi que eu disse, Giovana?
Tentando apaziguar, a
empregada Vera falou:
-Deixe
ela, doutor Leonardo... É criança...
Soltando fogo pelos olhos
ele virou pra ela e respondeu:
-Cale a
sua boca que da educação da minha filha cuido eu.
-Desculpe. - Respondeu baixando
sua cabeça.
-Vá para
o seu quarto agora, e não saia de lá enquanto eu não autorizar.
Sorte a minha de não
ter um pai como aquele. Até eu fiquei com medo, pois a cara de selvagem que ele
fez, era de apavorar qualquer um.
Assim que a Giovana
cruzou à porta em direção à escada, o Leonardo disse à Vera:
-Vera,
acompanhe a Giovana até o quarto e diga pra Cláudia vir buscar o almoço dela.
-Sim,
doutor.
Não achei certo o que ele havia feito. Radical demais. Aquelas crianças
deveriam passar um cortado na mão daquele pai, e se dependesse de mim, logo
elas se veriam livres do carrasco.
Olhando pro Leonardo,
questionei:
-Você não
acha que pegou um pouco pesado com ela?
-Você
também?
-Calma...
Não brigue comigo.
-Eu não
estou brigando com você... Não gosto que ninguém dê palpite na educação dos
meus filhos.
-Bem...
Nesse ponto eu concordo com você.
-Não é só
porque ela é criança que pode fazer tudo que quer. Eles precisam de limites,
saber e entender que uma vida em sociedade necessita do cumprimento de regras.
-Pensando
por esse lado...
-Por isso
que esse país está do jeito que está. Todo mundo acha que tem direito a tudo...
Governo e autoridades que se corrompem, pessoas que aceitam serem
corrompidas... O dinheiro compra tudo, até mesmo a desgraça alheia.
Senti que uma pontinha
daquele comentário serviu para mim, pois eu poderia me enquadrar na categoria
dos corrompidos facilmente, porém, fiz o possível para não transparecer nada.
-A Talita
está estragando as crianças... Deixa eles fazerem tudo que querem. Imagine
quando o mundo os proibir de algo, como irão reagir, já que sempre ouviram SIM?
Até que ele tinha certa
razão nesse ponto, porque educação é algo que vem de casa, e a situação do país
que se encontra hoje é, em grande parte, decorrente dessa desestruturação
familiar.
Confesso que eu já desconfiava sobre a moralidade que a Talita demonstrava, mas
nunca poderia imaginar que ela fosse capaz de descer tão baixo, a ponto de
transar em cima da sua mesa com seu funcionário, conforme ouvi naquela
discussão em sua casa.
Para ser sincero, aquela família era realmente maluca. Coitada daquelas
crianças, com pais como aqueles dois, ser humano algum cresceria normal.
Em meio a todos aqueles acontecimentos, eu ainda nada havia feito para entregar
a Talita um álibi, conforme o prazo que ela havia me dado. Por mais que eu
tentasse pensar, não conseguia ter ideia alguma.
Após o almoço, a empregada trouxe a banana flambada pegando fogo até a mesa.
Meus olhos brilharam, pois sempre tive vontade de provar pelo menos uma vez na
vida aquelas frescuras que eu só via acontecer pela TV.
Passando a colher sobre o sorvete, o Leonardo pediu:
-Vera...
Traz pra mim aqueles canudos de chocolate?
-Já
acabaram, doutor.
-Nossa!
Quando foi a última vez que você fez compra?
-Já faz
algum tempinho.
-E por
que você não me avisou?
-É porque
tem muita coisa ainda e...
-Mesmo
assim, deveria ter comprado o que está faltando... Faça uma lista que mais
tarde vou ao mercado. Desculpa, Claus... Acho que teremos que encurtar nossa
tarde.
-Pela
questão do supermercado?
-Pois
é... Vida de pai solteiro é assim mesmo.
-Sem
crise...
Nesse momento vi duas possibilidades. Tentando imaginar o que a Talita
aconselharia, certamente diria para eu me oferecer pra ir junto, porque poderia
surgir uma oportunidade a mais de aprontar algo para incriminá-lo. A segunda
opção era marcar um outro encontro e tentar posteriormente alguma armação,
porém, como meu prazo estava acabando, a primeira opção era a mais indicada no
momento.
-Será
que... Eu poderia ir com vocês? - Perguntei meio sem graça.
-Não acho
que seja um ambiente legal para passar a tarde.
-Que
nada! Eu até gosto de supermercado...
-Bem, se
você quiser ir, por mim não tem problema.
-Fechado!
Inferno! Lá ia eu fazer papel de dono de casa. Se não conseguisse arrancar
alguma coisa comprometedora para a Talita, perderia todo o conforto que eu
havia conquistado, e isso eu não queria. Sendo assim, o sacrifício era válido
pela condição financeira que estava desfrutando.
Por fim, provei a tão esperada banana flambada com sorvete de creme. Repeti
duas vezes, de tão gostosa que estava. Por mim partiria pra terceira, mas não
pegaria bem para minha imagem de “bonzinho” que tentava passar.
-E
então... Estava bom o almoço?
-Maravilhoso!
-Que bom
que gostou... Cláudia veja se a cadeira do Artur está em ordem no carro e já
arrume os dois enquanto eu escovo os dentes. - Disse o Leonardo à babá levantando-se
da mesa.
-Sim
senhor... Troco à roupa deles?
-Se eles
quiserem ou estiver suja, sim.
-Tudo
bem.
-Eu já
volto, Claus.
-Tá joia.
Enquanto esperava aqueles malucos, sentei-me ao sofá da sala e fiquei
observando o ambiente. Acredito que algum profissional que efetuara a
decoração, pois eram muitos detalhes bem pensados e organizados.
A leve brisa que entrava pela janela fazia a cortina dançar. Os quadros nas
paredes, ao meu gosto eram horríveis, provavelmente seriam de algum pintor
famoso, como aqueles que eu costumava ver pela TV.
Sobre uma estante de madeira feita de prateleiras havia uma enorme televisão de
LCD, que dividia espaço com porta-retratos de várias formas, contendo
fotografias do Leonardo e seus filhos em alguns momentos de lazer juntos. Aparentemente
eles viviam uma vida tranquila, diferente da que a Talita havia frisado, mas
como às vezes as aparências enganam, deveria aprofundar-me um pouco mais antes
de tirar conclusões.
Descendo à escada, a babá segurava à mão do Artur, enquanto a Giovana descia logo
atrás brincando de contar degraus. O conforto daquele sofá era tanto que nem
dava vontade de levantar, mas tive que fazer quando o Leonardo seguiu até a
garagem, passando pela sala e chamando-me para sairmos.
-Vamos
embora?
-Vamos.
Enquanto ele ajeitava o
Artur na cadeirinha com o auxilio da Cláudia, entrei no carro e fiquei
aguardando sentado no banco do carona.
Antes de dar partida,
ele prendia o cinto de segurança enquanto questionava:
-Filha, o
cinto está bem preso ai?
-Tá...
-Então tá
bom.
-A babá
não vai com a gente?
- Perguntei após ela ter fechado à porta traseira e ficado do lado de fora.
-Não.
Geralmente não me sinto muito bem...
-Ela te
incomoda?
-Não é
isso... É que prefiro curtir meus filhos sozinho, sem a presença de uma outra
pessoa estranha vigiando.
-Privacidade!
-Exato!
Como eu nunca tive
oportunidade de crescer aos cuidados de uma babá, não sabia ao certo o que, nem
como era a sensação de possuir uma pessoa para cuidar exclusivamente de você.
Por vim de família pobre, eu mal tive atenção dos meus pais, que por ignorância
achavam que o importante era por comida em casa apenas. Cresci com essa mágoa,
e sempre quando tinha a oportunidade, tentava aproximar-me deles com alguma
atitude de afeto, e mesmo que a resposta fosse fria, não importava, porque o
mínimo correspondido já era bastante para quem não tinha nada.
Próximo capítulo: | Saber dizer Não |
Dia 08/03
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