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Última chance |
Dois dias se passaram, e eu, nada havia conseguido. Enquanto tomava meu café da
manhã, assistia ao noticiário da TV comendo pão de queijo. Não conseguia ficar
sem, porque lá em Minas já era rotineiro em minha alimentação, mas a saudade do
verdadeiro feito pela minha mãe só fazia aumentar. Tudo bem que em São Paulo
havia alguns muito bons, porém, nenhum se comparava aos dela.
Após empanturrar-me de
comida, caminhei até a varanda da sala para observar o tempo. O sol que fazia
lá fora era um grande estímulo para cair na piscina e pegar um belo bronzeado.
Que beleza!
Vesti minha sunga,
peguei os óculos escuros e desci até a raia para aproveitar o dia. O cheiro de
cloro da água estava forte, sinal de que a piscina havia sido limpa há pouco
tempo. Bastou apenas uma hora de exposição ao sol para começar a sentir minha
pele queimar, de tão forte que estava.
Ao sentir uma sombra sobre mim, abri os olhos e levei um susto:
-Talita!
-Vida
boa, heim... Pensa que sou idiota? - Questionou sentando-se à esteira.
Tirei os óculos.
-O que eu
fiz?
-Esse é o
problema... Você não fez NADA. Acha que tenho todo tempo do mundo?
-Não é
assim tão fácil como você pensa.
-Para os
homens, a vida sempre foi mais fácil, Claus.
-Eu...
-Faz dois
dias que você não me dá notícias... Acha que sou palhaça?
-Mas eu
ia te ligar.
-Quando?
No carnaval do ano que vem?
-Sem
ironias, por favor.
-Meu
querido, eu quero RESULTADO. Hoje é domingo, e se até sexta você não tiver NADA
que me ajude nesse processo, trate de se acostumar com a ideia de tomar banho
de sol na laje de um barraco qualquer.
-Credo!
Eu pensei que...
-Não te
contratei para pensar, essa parte fica por minha conta.
-Será que
você pode me deixar falar?
-Diga. - Cruzou as pernas.
-Sexta,
eu e o Leonardo saímos.
-Saíram?
E por que não me disse?
-Você me
deixou? Já chegou aqui com quatro pedras na mão...
-Tá, tá...
Esqueça o que eu falei... Me conte, o que rolou?
-Não
rolou nada.
-NADA?
-Nóis
saímos para jogar boliche e depois fomos jantar no Terraço
Itália...
-E...?
-Bem...
Seu ex não é um cara muito fácil...
-Disso eu
sei, caçarolaaaaaa... Você precisa ter mais atitude. Será que vou ter que
contratar outra pessoa e dispensar você?
-Não!
-Então,
por favor, trate de me dar algum resultado até sexta-feira.
-Tudo
bem.
Levantando-se, ela disse:
-Estou
indo.
-Não vai
querer subir?
-Não...
Preciso passar na casa da minha mãe antes que o Leonardo passe em casa para
deixar as crianças.
-Qualquer
novidade eu te aviso então.
-Tchau.
Logo percebi que a boa vida tinha um preço. Nunca gostei de ser pressionado, e
o jeito mandão da Talita havia me deixado irritado, dando-me vontade de
mandá-la ir se foder. Antes de cometer essa besteira, respirei fundo e contive
meus desejos, pois aquela graninha que estava me pagando era a salvação da
minha vida.
Assim que voltei pro meu apartamento, a primeira coisa que fiz foi telefonar
para o Leonardo e tentar conseguir alguma coisa para aquietar aquela cretina.
-Alô?
-Leonardo?
-Eu!
-Aqui é o
Claus...
-Fala,
moleque!
-Nossa...
Mas que barulho!
-É que as
crianças estão aqui com mais dois amiguinhos da escola... Minha sala está
parecendo um parque de diversão.
-Hahaha...
Que massa!
-Está
tudo bem com você?
-Está
sim.
-E o
machucado?
-Graças a
ocê, não tenho mais nada!
-Que bom,
heim...
-Bem, eu tô
te ligando pra te chamar pro nosso cinema...
-Quando
você quer ir?
-Hoje!
-É que
hoje estou com as crianças. Não pode ser amanhã?
Calei-me.
-Claus...
Claus, você está ai?
-Estou. - Respondi sugando o
nariz como se estivesse chorando.
-Você
está bem?
-Tô muito
triste, cara.
-O que
acontece?
-Não
gostaria de falar por telefone... Mas como você não poderá sair hoje, deixa pra
lá.
-Humpft...
Até que horas tem sessão?
-Acho que
até às onze.
-Beleza.
Eu vou deixar as crianças na casa da mãe deles e lá pelas oito já estou livre.
-Oba!
-A gente
pode se encontrar às oito e meia. Eu passo ai e te busco...
-Por mim tá
perfeito.
-Fechou.
Nos vemos mais tarde.
-Até.
A sorte estava do meu lado. Por diversas vezes a Talita alertou-me de que o
Leonardo era um cara nojento, cheio de fricotes, e bastava eu fazer um charme
que ele atendia. Assim é a vida, às vezes temos que apelar para o emocional pra
conseguir algo. Pouco me importava se ele cedia por pena ou insistência, minha
meta era cumprir aquele contrato imbecil que a idiota da sua ex-mulher me fez
assinar.
Após tomar um delicioso banho frio, vesti uma calça jeans azul bem escura, camiseta branca e um sapato marrom, da mesma
cor do cinto. Deixei para arrumar o cabelo por último, estilizando com um
penteado todo bagunçado, com um topete frontal.
Fechava à porta do guarda-roupa quando o interfone tocou:
-Oi.
-Senhor
Claus?
-Eu.
-O senhor
Leonardo na recepção.
-Obrigado,
já estou descendo.
Desliguei o interfone, peguei minha carteira e coloquei-a no bolso direito
traseiro da calça. Borrifei um pouco de perfume, tranquei a porta e desci.
Minhas pernas ardiam um pouco devido ao sol forte que peguei no final da manhã,
e o por incrível que pareça, a noite estava mais fria do que eu imaginava e o
telejornal previa.
Saí do elevador e senti o vento gelado entrando pela porta de vidro da
recepção, que se abria ao detectar aproximação.
-Boa
noite!
- Exclamou o garoto da recepção todo sorridente.
-Boa
noite!
- Respondi.
Sinceramente, não entendi aquele garoto. Talvez tivesse ganhado na mega sena e
acumulado uma fortuna milionária, mas se isso acontecesse ele não estaria
trabalhando numa recepção de hotel. Procurei não questionar muito, pois esse
assunto pouco me interessava, sendo assim, caminhei sem parar.
Descendo os degraus da entrada, esfregava os braços arrepiados pelo frio,
quando o Leonardo abordou-me:
-Opa!
Está perdido?
-Nossa!
Que susto...
-Assustou...
Estava pensando besteira, né?
-Que tipo
de besteira?
-Algum
plano maquiavélico contra alguém...
Gelei.
-Plano?...
Como assim?
-Colar um
cartaz nas costas do professor que mais odeia, por exemplo...
-Hahaha...
Mas eu não tenho professor.
-Não
estuda?
-Não.
Entramos no carro. Após acionar as travas das portas, o Leonardo falou enquanto
colocava o cinto:
-Espero
que ainda tenha ingresso quando chegarmos lá.
-Se não
tiver, ai a gente faz outra coisa.
-Ai a
gente volta pra casa.
Naquele momento tive vontade de enfiar a cabeça entre as pernas e sair andando.
Levei um fora na lata. Quase o mandei tomar no cu, mas se fizesse isso, com
certeza acabaria de vez com os planos da “toda poderosa”, e claro que eu
estaria lascado.
Decidi controlar-me, mantendo a pose de bom moço e avançar o sinal conforme
seus limites permitissem.
Após comprarmos os
ingressos, o Leonardo perguntou:
-Já quer
ir pra sala?
-Será que
já está aberta?
-A garota
falou que sim.
-Então
vamos...
Subimos a escada
rolante e antes de entregar o bilhete ao funcionário, o Leonardo dirigiu-se até
a lanchonete para comprar pipocas e refrigerantes. Até que por um lado foi bom
ele se antecipar, pois aliviava meu bolso, ruim seria se ficasse alguma impressão
ruim quanto a essa questão ao meu respeito.
Tentando segurar os
dois pacotes, ele falou se equilibrando:
-Vem me
ajudar...
-Nossa!
Que pipoca clarinha...
-É que eu
pedi sem manteiga. Você quer colocar?
-Ah
não... Tá melhor assim.
A sala não estava cheia,
ou melhor, estava quase vazia. Sentamo-nos na última fileira, pois a
visualização da tela era muito melhor. Abaixei o braço da poltrona para colocar
o refrigerante, deixando o pacote da pipoca entre as pernas.
Enquanto o filme não
começava, conversávamos:
-Leo...
Posso te chamar assim?
-Como
preferir.
-Você
disse que é médico...
-Sim,
sou.
-Qual é a
sua especialidade?
-Eu sou
pós-graduado em medicina estética, atuo na área de dermatologia estética.
-Os que
cuidam de pele?
-Também.
-Que
legal!
Dando um gole no
refrigerante, ele perguntou:
-E você?
-O quê?
-Você
trabalha com o quê?
-Eu?...
-É.
-Bem...
Eu... Eu trabalho com desenvolvimento de sites.
-Que
bacana! Eu já tentei aprender, mas não consegui.
-Por quê?
-São
muitos códigos, achei complicado demais.
-Bem...
Se você quiser eu posso te ensinar de um outro jeito, muito mais fácil.
-Nem se
dê ao trabalho, porque já desisti.
-Que
pena.
Será que aquela sua
resposta foi mais um fora? Chato do jeito que ele era, para alguém agradá-lo
deveria ser muito difícil, porém, eu não iria desistir tão fácil assim.
Nunca gostei de estudar, realmente, mas a área da informática sempre me causou
interesse desde quando minha mãe matriculou-me no curso de computação. Assim
que terminei o curso básico, aprendi o restante sozinho, inclusive a construção
de sites e piratarias.
O filme começou e as
luzes se apagaram. Aquele escurinho gostoso era propício para um clima mais
“quente”, e se eu ficasse esperando pelo Leonardo, nada aconteceria. Levantei o
braço da poltrona entre nós e toquei em sua mão. Para minha surpresa ele
correspondeu apertando-a, estimulando-me a ir em frente. Até pensei que
conseguiria progredir bastante, mas ao termino do filme, o lugar mais longe que
minha mão chegou foi seu braço. Confesso que fiquei muito irritado, porém, não
deixei que transparecesse.
Ao voltarmos, o
Leonardo levou-me pra casa, assim como das outras vezes. Antes de chegar eu
tinha que fazer algo, porque passar a noite sem ao menos rolar um beijo, não
seria promissor para nossos planos.
Já na rua do flat onde eu estava morando, pedi:
-Pare o
carro um pouco?
-Por quê?
-Quero
conversar um pouco mais com ocê.
-Então tá.
A rua estava deserta.
Colocando um CD pra tocar, ele perguntou:
-Sobre o
que você quer falar?
-Sobre
ocê! -
Respondi desprendendo o cinto de segurança.
-Mas eu
sou sem graça, não tem muito que falar.
-Peraí,
tem um negócio aqui em você... - Falei tocando em sua bochecha.
-O quê?
-Feche o
zóio.
Nesse momento desprendi
o cinto de segurança, aproximei-me do Leonardo e dei-lhe um beijo na boca.
Pouco a pouco juntei nossos lábios, ao som de “A cruz e a espada” de Legião Urbana. Sem interromper aquele beijo
ele segurou minha cabeça com uma de suas mãos, demonstrando que estava
gostando.
Tenho que admitir que
naquele momento descobri mais uma qualidade nele: o beijo. Boca macia, língua
safada, pegada firme. Eu era “rodado”, confesso, mas beijo como aquele eu ainda
não havia provado, um encaixe perfeito.
Tocando em sua sarada
barriga, comentei:
-Enquanto
eu não fizesse isso não iria sossegar... Desculpa se forcei a barra.
-E se eu
disser que gostei?
- Falou puxando-me para mais próximo dele.
Continuamos nos beijos,
elevando ainda mais a temperatura dentro daquele automóvel. Por mim teria
evoluído ainda mais, porém, tive que me conter, pois não queria causar má
impressão naquele rapaz esnobe e cheio de frescurites.
-Sabe que
eu fiquei a fim de ocê desde aquele dia em que nos conhecemos no aeroporto? - Falei sentado sobre
minha perna esquerda encostando à porta.
-Ah é?
-Sim...
-E o que
você viu em mim de especial?
-Ah...
Sei lá. Essas coisas acontecem sem que a gente possa controlar...
-Você tem
cara de que apronta muito, sabia?
-Eu?
-É...
Bonitinho, mas ordinário...
-Já
aprontei no passado, hoje em dia não mais.
-Bem... O
clima está muito bom, mas preciso ir...
-Tudo
bem. Eu... Posso te ligar na semana?
-Sim,
claro.
-Então
beleza!
-Se eu
não atender é porque estou no plantão.
-Certo...
Posso te dar mais um beijo?
Sem responder o Leonardo tocou em minha face e deu-me um beijo, algum tempo
depois fui embora. Até que não foi tão difícil conseguir algo a mais naquela
noite, só um pouco trabalhoso, mas não iria desistir tão fácil, justo agora que
eu já sabia como e o que fazer.
Alguns dias se
passaram. Durante esse tempo eu e o Leonardo nos falamos por telefone, claro
que eu fui quem ligou na maioria das vezes à sua procura, porque se ficasse
esperando por alguma atitude sua, criaria raiz naquele apartamento fúnebre.
Na sexta feira
combinamos de sair. Enquanto passava gel no cabelo, meu celular começou a
tocar:
-Alô?
-Espero
que você já tenha alguma boa notícia para me dar... - Ironizou a Talita.
-Talita...
Eu peço pra você um pouco mais de calma... Hoje eu e o Leonardo vamos sair e...
-Calma?
Tempo é dinheiro, meu querido. Seu prazo termina hoje.
-Talita,
por favor, me dá mais um tempinho?
-Quem dá
tempo é relógio. Se você pensou que iria viver às minhas custas está enganado.
-Domingo...
Espera até domingo.
-Quem
garante que até lá já terei algo concreto em mãos?
-Eu
garanto.
-Vou te
dar um voto de confiança então.
-Obrigado.
-Acho bom
você se apressar, não estou a fim de ter o trabalho de sair à procura de outro
michê para me ajudar.
-Deixa
comigo.
-Até
mais.
-Inté.
Desliguei o telefone apreensivo, pois senti literalmente que minha batata
estava assando, e se nada fosse feito eu já poderia me preparar para ter as
calçadas do Arouche servindo-me de colchão.
Depois de jantar,
caminhávamos o Leonardo e eu pela Avenida Paulista enquanto tomávamos um
sorvete naquela noite fresca. Aproveitando a deixa e sentindo-me pressionado
pela Talita, tive que apelar pra imagem de bom moço, oferecendo-me para
conhecer seus filhos e com isso criar um laço mais próximo entre nós.
-A
Giovana adora esse sorvete. - Comentou o Leonardo esboçando um tímido sorriso.
-Giovana?
-É...
Minha filha.
-Ah...
Não sabia que ela se chamava Giovana.
-Pois é,
eu só havia te dito que tinha filhos...
-Sim...
Quando poderei conhecê-los?
-Você
gosta de crianças?
-Adoro!
Mentira! Nunca gostei
de crianças. Quando minhas irmãs iam pra casa da minha mãe com meus sobrinhos,
eles nem chegavam perto de mim, pois sabiam que estavam arriscados a receber
uns beliscões e vários cascudos.
Claro que eu não ia
dizer isso ao Leonardo, porque não sabia qual seria sua reação e impressão que
poderia ter de mim, e se minha intenção era agradecê-lo, tinha que fazer por
onde.
-Que bom
que gosta, sendo assim vou te levar pra conhecê-los.
-Quando!?
-Amanhã...
Podemos almoçar juntos em casa. O que
acha?
-Bom, por
mim, tudo bem.
Maldita foi à hora que
eu disse gostar de crianças. Deveria ter calado minha boca e mudado de assunto,
mas não adiantava mais, pois já havia aceitado seu convite.
-Então
está combinado. Amanhã almoçamos juntos. Ou tem algum outro compromisso?
-Não!...
Por mim tá tudo bem...
-Que bom!
Agora vamos indo, porque já está ficando tarde. Quer que eu te deixe em casa?
-Opa...
Vou adorar.
-Então
vamos.
Por um momento tive
vontade de inventar uma desculpa qualquer só para não ter que passar por esse
sacrifício, mas ainda era cedo para contrariar o Leonardo, pois eu não havia o
conquistado totalmente.
Ainda naquela noite,
telefonei pra Talita, para deixá-la informada sobre o andamento dos meus planos.
-Alô!
-Oi,
gata!
-Atrevido!
-Hahaha...
Eu sei que você gosta...
-Alguma
novidade?
-O mala
do seu marido, ou melhor, ex-marido, me convidou para ir na casa dele amanhã.
-E você,
concordou?
-Claro...
Ele quer me apresentar às crianças.
-Hum...
Não sei se é uma boa ideia.
-Eu
conhecer as crianças?
-Não. As
crianças conhecerem você... Não passa de um mau caráter.
-Hahaha...
Olha só quem fala...
-Pelo que
estou vendo, você está adorando esse romance forjado com o Leonardo.
-Está
muito enganada, minha querida. Seu ex-marido é muito bonito, inteligente
demais, muito meloso... Vai ser chato assim no inferno!
-Nossa...
Pra que tanto ódio?
-Não vejo
a hora de terminar esse plano estúpido que você me envolveu e voltar para a
minha cidade.
-Como você
é mal agradecido...
-Bom,
agora eu vou dormir e me preparar para o martírio, ou melhor, para o almoço de
amanhã.
-Então tá...
Até mais.
-Inté.
Desliguei o telefone e deitei um pouco na cama para ver TV enquanto o sono não
vinha. Menos de uma hora depois eu já estava impaciente, pois o filme era muito
chato e nos outros canais não passava nada de interessante. Sem ter o que
fazer, vesti uma calça de moletom preta bem larga, uma camiseta regata verde, e
desci até a academia do flat, que
ficava no primeiro subsolo
Já passava das onze da noite quando comecei a pedalar. Na sala de equipamentos
só havia um rapaz fazendo esteira, mas logo saiu, ficando apenas eu. Aparelhos
modernos, novinhos em folha, e o cheiro de tinta daquele ambiente indiciavam
sua recente reforma. O enorme espelho instalado na parede ao fundo dava-me a
impressão de que eu tinha companhia, devido ao meu reflexo rebatido.
Sinceramente, nunca
gostei muito de me exercitar, porém, foi a única alternativa que me apareceu
naquele momento àquela hora, porque se ficasse no apartamento sem fazer nada,
acabaria pirando, mas graças a Deus eu tinha o corpo naturalmente definido, um
ser totalmente privilegiado.
Molhado de suor, caminhei até o vestiário para lavar o rosto. Ascendi à luz.
Aquele ambiente parecia ser pouco utilizado, pois tudo estava muito bem
conservado, limpo e novo. Olhei-me ao espelho e reparei que meu rosto parecia
um termômetro de tão vermelho. Abri a torneira e o lavei, retirando todo o suor
acumulado.
Ao pegar um pouco de papel para enxugá-lo, levei um susto ao ver o
recepcionista do flat parado, olhando
através da porta.
-Que
susto!
- Exclamei levando a mão à testa.
-Desculpa,
pensei que não tivesse ninguém... Vim apagar a luz quê...
-Tá, tá.
Não precisa se explicar tanto, já entendi. - Falei caminhando em direção à porta.
-Peço
desculpas, senhor Claus.
-Vou
pensar se te desculpo.
Claro que o cara não tinha má intenção, porém, minha malícia fez-me perceber
que seu olhar queria algo mais, e não uma simples supervisão rotineira de
ambiente. Óbvio que eu não iria atacar o garoto, embora ele fosse uma gracinha,
contive meus hormônios no máximo controle, preservando minha imagem de bom moço
naquele flat.
Próximo capítulo: | Almoço em
família |
Dia 07/03
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