domingo, 6 de março de 2016

LIVRO: PROFISSÃO AMANTE - CAPITULO 6




| Última chance |

             Dois dias se passaram, e eu, nada havia conseguido. Enquanto tomava meu café da manhã, assistia ao noticiário da TV comendo pão de queijo. Não conseguia ficar sem, porque lá em Minas já era rotineiro em minha alimentação, mas a saudade do verdadeiro feito pela minha mãe só fazia aumentar. Tudo bem que em São Paulo havia alguns muito bons, porém, nenhum se comparava aos dela.
Após empanturrar-me de comida, caminhei até a varanda da sala para observar o tempo. O sol que fazia lá fora era um grande estímulo para cair na piscina e pegar um belo bronzeado. Que beleza!
Vesti minha sunga, peguei os óculos escuros e desci até a raia para aproveitar o dia. O cheiro de cloro da água estava forte, sinal de que a piscina havia sido limpa há pouco tempo. Bastou apenas uma hora de exposição ao sol para começar a sentir minha pele queimar, de tão forte que estava.
            Ao sentir uma sombra sobre mim, abri os olhos e levei um susto:
-Talita!
-Vida boa, heim... Pensa que sou idiota? - Questionou sentando-se à esteira.
            Tirei os óculos.
-O que eu fiz?
-Esse é o problema... Você não fez NADA. Acha que tenho todo tempo do mundo?
-Não é assim tão fácil como você pensa.
-Para os homens, a vida sempre foi mais fácil, Claus.
-Eu...
-Faz dois dias que você não me dá notícias... Acha que sou palhaça?
-Mas eu ia te ligar.
-Quando? No carnaval do ano que vem?
-Sem ironias, por favor.
-Meu querido, eu quero RESULTADO. Hoje é domingo, e se até sexta você não tiver NADA que me ajude nesse processo, trate de se acostumar com a ideia de tomar banho de sol na laje de um barraco qualquer.
-Credo! Eu pensei que...
-Não te contratei para pensar, essa parte fica por minha conta.
-Será que você pode me deixar falar?
-Diga. - Cruzou as pernas.
-Sexta, eu e o Leonardo saímos.
-Saíram? E por que não me disse?
-Você me deixou? Já chegou aqui com quatro pedras na mão...
-Tá, tá... Esqueça o que eu falei... Me conte, o que rolou?
-Não rolou nada.
-NADA?
-Nóis saímos para jogar boliche e depois fomos jantar no Terraço Itália...         
-E...?
-Bem... Seu ex não é um cara muito fácil...
-Disso eu sei, caçarolaaaaaa... Você precisa ter mais atitude. Será que vou ter que contratar outra pessoa e dispensar você?
-Não!
-Então, por favor, trate de me dar algum resultado até sexta-feira.
-Tudo bem.
            Levantando-se, ela disse:
-Estou indo.
-Não vai querer subir?
-Não... Preciso passar na casa da minha mãe antes que o Leonardo passe em casa para deixar as crianças.
-Qualquer novidade eu te aviso então.
-Tchau.
            Logo percebi que a boa vida tinha um preço. Nunca gostei de ser pressionado, e o jeito mandão da Talita havia me deixado irritado, dando-me vontade de mandá-la ir se foder. Antes de cometer essa besteira, respirei fundo e contive meus desejos, pois aquela graninha que estava me pagando era a salvação da minha vida.
            Assim que voltei pro meu apartamento, a primeira coisa que fiz foi telefonar para o Leonardo e tentar conseguir alguma coisa para aquietar aquela cretina.
-Alô?
-Leonardo?
-Eu!
-Aqui é o Claus...
-Fala, moleque!
-Nossa... Mas que barulho!
-É que as crianças estão aqui com mais dois amiguinhos da escola... Minha sala está parecendo um parque de diversão.
-Hahaha... Que massa!
-Está tudo bem com você?
-Está sim.
-E o machucado?
-Graças a ocê, não tenho mais nada!
-Que bom, heim...
-Bem, eu tô te ligando pra te chamar pro nosso cinema...
-Quando você quer ir?
-Hoje!
-É que hoje estou com as crianças. Não pode ser amanhã?
            Calei-me.
-Claus... Claus, você está ai?
-Estou. - Respondi sugando o nariz como se estivesse chorando.
-Você está bem?
-Tô muito triste, cara.
-O que acontece?
-Não gostaria de falar por telefone... Mas como você não poderá sair hoje, deixa pra lá.
-Humpft... Até que horas tem sessão?
-Acho que até às onze.
-Beleza. Eu vou deixar as crianças na casa da mãe deles e lá pelas oito já estou livre.
-Oba!
-A gente pode se encontrar às oito e meia. Eu passo ai e te busco...
-Por mim tá perfeito.
-Fechou. Nos vemos mais tarde.
-Até.
            A sorte estava do meu lado. Por diversas vezes a Talita alertou-me de que o Leonardo era um cara nojento, cheio de fricotes, e bastava eu fazer um charme que ele atendia. Assim é a vida, às vezes temos que apelar para o emocional pra conseguir algo. Pouco me importava se ele cedia por pena ou insistência, minha meta era cumprir aquele contrato imbecil que a idiota da sua ex-mulher me fez assinar.
            Após tomar um delicioso banho frio, vesti uma calça jeans azul bem escura, camiseta branca e um sapato marrom, da mesma cor do cinto. Deixei para arrumar o cabelo por último, estilizando com um penteado todo bagunçado, com um topete frontal.
            Fechava à porta do guarda-roupa quando o interfone tocou:
-Oi.
-Senhor Claus?
-Eu.
-O senhor Leonardo na recepção.
-Obrigado, já estou descendo.
            Desliguei o interfone, peguei minha carteira e coloquei-a no bolso direito traseiro da calça. Borrifei um pouco de perfume, tranquei a porta e desci. Minhas pernas ardiam um pouco devido ao sol forte que peguei no final da manhã, e o por incrível que pareça, a noite estava mais fria do que eu imaginava e o telejornal previa.
            Saí do elevador e senti o vento gelado entrando pela porta de vidro da recepção, que se abria ao detectar aproximação.
-Boa noite! - Exclamou o garoto da recepção todo sorridente.
-Boa noite! - Respondi.
            Sinceramente, não entendi aquele garoto. Talvez tivesse ganhado na mega sena e acumulado uma fortuna milionária, mas se isso acontecesse ele não estaria trabalhando numa recepção de hotel. Procurei não questionar muito, pois esse assunto pouco me interessava, sendo assim, caminhei sem parar.
            Descendo os degraus da entrada, esfregava os braços arrepiados pelo frio, quando o Leonardo abordou-me:
-Opa! Está perdido?
-Nossa! Que susto...
-Assustou... Estava pensando besteira, né?
-Que tipo de besteira?
-Algum plano maquiavélico contra alguém...
            Gelei.
-Plano?... Como assim?
-Colar um cartaz nas costas do professor que mais odeia, por exemplo...
-Hahaha... Mas eu não tenho professor.
-Não estuda?
-Não.
            Entramos no carro. Após acionar as travas das portas, o Leonardo falou enquanto colocava o cinto:
-Espero que ainda tenha ingresso quando chegarmos lá.
-Se não tiver, ai a gente faz outra coisa.
-Ai a gente volta pra casa.
            Naquele momento tive vontade de enfiar a cabeça entre as pernas e sair andando. Levei um fora na lata. Quase o mandei tomar no cu, mas se fizesse isso, com certeza acabaria de vez com os planos da “toda poderosa”, e claro que eu estaria lascado.
            Decidi controlar-me, mantendo a pose de bom moço e avançar o sinal conforme seus limites permitissem.
Após comprarmos os ingressos, o Leonardo perguntou:
-Já quer ir pra sala?
-Será que já está aberta?
-A garota falou que sim.
-Então vamos...
Subimos a escada rolante e antes de entregar o bilhete ao funcionário, o Leonardo dirigiu-se até a lanchonete para comprar pipocas e refrigerantes. Até que por um lado foi bom ele se antecipar, pois aliviava meu bolso, ruim seria se ficasse alguma impressão ruim quanto a essa questão ao meu respeito.
Tentando segurar os dois pacotes, ele falou se equilibrando:
-Vem me ajudar...
-Nossa! Que pipoca clarinha...
-É que eu pedi sem manteiga. Você quer colocar?
-Ah não... Tá melhor assim.
A sala não estava cheia, ou melhor, estava quase vazia. Sentamo-nos na última fileira, pois a visualização da tela era muito melhor. Abaixei o braço da poltrona para colocar o refrigerante, deixando o pacote da pipoca entre as pernas.
Enquanto o filme não começava, conversávamos:
-Leo... Posso te chamar assim?
-Como preferir.
-Você disse que é médico...
-Sim, sou.
-Qual é a sua especialidade?
-Eu sou pós-graduado em medicina estética, atuo na área de dermatologia estética.
-Os que cuidam de pele?
-Também.
-Que legal!
Dando um gole no refrigerante, ele perguntou:
-E você?
-O quê?
-Você trabalha com o quê?
-Eu?...
-É.
-Bem... Eu... Eu trabalho com desenvolvimento de sites.
-Que bacana! Eu já tentei aprender, mas não consegui.
-Por quê?
-São muitos códigos, achei complicado demais.
-Bem... Se você quiser eu posso te ensinar de um outro jeito, muito mais fácil.
-Nem se dê ao trabalho, porque já desisti.
-Que pena.
Será que aquela sua resposta foi mais um fora? Chato do jeito que ele era, para alguém agradá-lo deveria ser muito difícil, porém, eu não iria desistir tão fácil assim.
            Nunca gostei de estudar, realmente, mas a área da informática sempre me causou interesse desde quando minha mãe matriculou-me no curso de computação. Assim que terminei o curso básico, aprendi o restante sozinho, inclusive a construção de sites e piratarias.
O filme começou e as luzes se apagaram. Aquele escurinho gostoso era propício para um clima mais “quente”, e se eu ficasse esperando pelo Leonardo, nada aconteceria. Levantei o braço da poltrona entre nós e toquei em sua mão. Para minha surpresa ele correspondeu apertando-a, estimulando-me a ir em frente. Até pensei que conseguiria progredir bastante, mas ao termino do filme, o lugar mais longe que minha mão chegou foi seu braço. Confesso que fiquei muito irritado, porém, não deixei que transparecesse.
Ao voltarmos, o Leonardo levou-me pra casa, assim como das outras vezes. Antes de chegar eu tinha que fazer algo, porque passar a noite sem ao menos rolar um beijo, não seria promissor para nossos planos.
Já na rua do flat onde eu estava morando, pedi:
-Pare o carro um pouco?
-Por quê?
-Quero conversar um pouco mais com ocê.
-Então tá.
A rua estava deserta. Colocando um CD pra tocar, ele perguntou:
-Sobre o que você quer falar?
-Sobre ocê! - Respondi desprendendo o cinto de segurança.
-Mas eu sou sem graça, não tem muito que falar.
-Peraí, tem um negócio aqui em você... - Falei tocando em sua bochecha.
-O quê?
-Feche o zóio.
Nesse momento desprendi o cinto de segurança, aproximei-me do Leonardo e dei-lhe um beijo na boca. Pouco a pouco juntei nossos lábios, ao som de “A cruz e a espada” de Legião Urbana. Sem interromper aquele beijo ele segurou minha cabeça com uma de suas mãos, demonstrando que estava gostando.
Tenho que admitir que naquele momento descobri mais uma qualidade nele: o beijo. Boca macia, língua safada, pegada firme. Eu era “rodado”, confesso, mas beijo como aquele eu ainda não havia provado, um encaixe perfeito.
Tocando em sua sarada barriga, comentei:
-Enquanto eu não fizesse isso não iria sossegar... Desculpa se forcei a barra.
-E se eu disser que gostei? - Falou puxando-me para mais próximo dele.
Continuamos nos beijos, elevando ainda mais a temperatura dentro daquele automóvel. Por mim teria evoluído ainda mais, porém, tive que me conter, pois não queria causar má impressão naquele rapaz esnobe e cheio de frescurites.
-Sabe que eu fiquei a fim de ocê desde aquele dia em que nos conhecemos no aeroporto? - Falei sentado sobre minha perna esquerda encostando à porta.
-Ah é?
-Sim...
-E o que você viu em mim de especial?
-Ah... Sei lá. Essas coisas acontecem sem que a gente possa controlar...
-Você tem cara de que apronta muito, sabia?
-Eu?
-É... Bonitinho, mas ordinário...
-Já aprontei no passado, hoje em dia não mais.
-Bem... O clima está muito bom, mas preciso ir...
-Tudo bem. Eu... Posso te ligar na semana?
-Sim, claro.
-Então beleza!
-Se eu não atender é porque estou no plantão.
-Certo... Posso te dar mais um beijo?
            Sem responder o Leonardo tocou em minha face e deu-me um beijo, algum tempo depois fui embora. Até que não foi tão difícil conseguir algo a mais naquela noite, só um pouco trabalhoso, mas não iria desistir tão fácil, justo agora que eu já sabia como e o que fazer.
Alguns dias se passaram. Durante esse tempo eu e o Leonardo nos falamos por telefone, claro que eu fui quem ligou na maioria das vezes à sua procura, porque se ficasse esperando por alguma atitude sua, criaria raiz naquele apartamento fúnebre.
Na sexta feira combinamos de sair. Enquanto passava gel no cabelo, meu celular começou a tocar:
-Alô?
-Espero que você já tenha alguma boa notícia para me dar... - Ironizou a Talita.
-Talita... Eu peço pra você um pouco mais de calma... Hoje eu e o Leonardo vamos sair e...
-Calma? Tempo é dinheiro, meu querido. Seu prazo termina hoje.
-Talita, por favor, me dá mais um tempinho?
-Quem dá tempo é relógio. Se você pensou que iria viver às minhas custas está enganado.
-Domingo... Espera até domingo.
-Quem garante que até lá já terei algo concreto em mãos?
-Eu garanto.
-Vou te dar um voto de confiança então.
-Obrigado.
-Acho bom você se apressar, não estou a fim de ter o trabalho de sair à procura de outro michê para me ajudar.
-Deixa comigo.
-Até mais.
-Inté.
            Desliguei o telefone apreensivo, pois senti literalmente que minha batata estava assando, e se nada fosse feito eu já poderia me preparar para ter as calçadas do Arouche servindo-me de colchão.         
Depois de jantar, caminhávamos o Leonardo e eu pela Avenida Paulista enquanto tomávamos um sorvete naquela noite fresca. Aproveitando a deixa e sentindo-me pressionado pela Talita, tive que apelar pra imagem de bom moço, oferecendo-me para conhecer seus filhos e com isso criar um laço mais próximo entre nós.
-A Giovana adora esse sorvete. - Comentou o Leonardo esboçando um tímido sorriso.
-Giovana?
-É... Minha filha.
-Ah... Não sabia que ela se chamava Giovana.
-Pois é, eu só havia te dito que tinha filhos...
-Sim... Quando poderei conhecê-los?
-Você gosta de crianças?
-Adoro!
Mentira! Nunca gostei de crianças. Quando minhas irmãs iam pra casa da minha mãe com meus sobrinhos, eles nem chegavam perto de mim, pois sabiam que estavam arriscados a receber uns beliscões e vários cascudos.
Claro que eu não ia dizer isso ao Leonardo, porque não sabia qual seria sua reação e impressão que poderia ter de mim, e se minha intenção era agradecê-lo, tinha que fazer por onde.
-Que bom que gosta, sendo assim vou te levar pra conhecê-los.
-Quando!?
-Amanhã... Podemos almoçar juntos em casa. O que acha?
-Bom, por mim, tudo bem.
Maldita foi à hora que eu disse gostar de crianças. Deveria ter calado minha boca e mudado de assunto, mas não adiantava mais, pois já havia aceitado seu convite.
-Então está combinado. Amanhã almoçamos juntos. Ou tem algum outro compromisso?
-Não!... Por mim tá tudo bem...
-Que bom! Agora vamos indo, porque já está ficando tarde. Quer que eu te deixe em casa?
-Opa... Vou adorar.
-Então vamos.
Por um momento tive vontade de inventar uma desculpa qualquer só para não ter que passar por esse sacrifício, mas ainda era cedo para contrariar o Leonardo, pois eu não havia o conquistado totalmente.
Ainda naquela noite, telefonei pra Talita, para deixá-la informada sobre o andamento dos meus planos.
-Alô!
-Oi, gata!
-Atrevido!
-Hahaha... Eu sei que você gosta...
-Alguma novidade?
-O mala do seu marido, ou melhor, ex-marido, me convidou para ir na casa dele amanhã.
-E você, concordou?
-Claro... Ele quer me apresentar às crianças.
-Hum... Não sei se é uma boa ideia.
-Eu conhecer as crianças?
-Não. As crianças conhecerem você... Não passa de um mau caráter.
-Hahaha... Olha só quem fala...
-Pelo que estou vendo, você está adorando esse romance forjado com o Leonardo.
-Está muito enganada, minha querida. Seu ex-marido é muito bonito, inteligente demais, muito meloso... Vai ser chato assim no inferno!
-Nossa... Pra que tanto ódio?
-Não vejo a hora de terminar esse plano estúpido que você me envolveu e voltar para a minha cidade.
-Como você é mal agradecido...
-Bom, agora eu vou dormir e me preparar para o martírio, ou melhor, para o almoço de amanhã.
-Então tá... Até mais.
-Inté.
            Desliguei o telefone e deitei um pouco na cama para ver TV enquanto o sono não vinha. Menos de uma hora depois eu já estava impaciente, pois o filme era muito chato e nos outros canais não passava nada de interessante. Sem ter o que fazer, vesti uma calça de moletom preta bem larga, uma camiseta regata verde, e desci até a academia do flat, que ficava no primeiro subsolo
            Já passava das onze da noite quando comecei a pedalar. Na sala de equipamentos só havia um rapaz fazendo esteira, mas logo saiu, ficando apenas eu. Aparelhos modernos, novinhos em folha, e o cheiro de tinta daquele ambiente indiciavam sua recente reforma. O enorme espelho instalado na parede ao fundo dava-me a impressão de que eu tinha companhia, devido ao meu reflexo rebatido.
Sinceramente, nunca gostei muito de me exercitar, porém, foi a única alternativa que me apareceu naquele momento àquela hora, porque se ficasse no apartamento sem fazer nada, acabaria pirando, mas graças a Deus eu tinha o corpo naturalmente definido, um ser totalmente privilegiado.
            Molhado de suor, caminhei até o vestiário para lavar o rosto. Ascendi à luz. Aquele ambiente parecia ser pouco utilizado, pois tudo estava muito bem conservado, limpo e novo. Olhei-me ao espelho e reparei que meu rosto parecia um termômetro de tão vermelho. Abri a torneira e o lavei, retirando todo o suor acumulado.
            Ao pegar um pouco de papel para enxugá-lo, levei um susto ao ver o recepcionista do flat parado, olhando através da porta.
-Que susto! - Exclamei levando a mão à testa.
-Desculpa, pensei que não tivesse ninguém... Vim apagar a luz quê...
-Tá, tá. Não precisa se explicar tanto, já entendi. - Falei caminhando em direção à porta.
-Peço desculpas, senhor Claus.
-Vou pensar se te desculpo.

            Claro que o cara não tinha má intenção, porém, minha malícia fez-me perceber que seu olhar queria algo mais, e não uma simples supervisão rotineira de ambiente. Óbvio que eu não iria atacar o garoto, embora ele fosse uma gracinha, contive meus hormônios no máximo controle, preservando minha imagem de bom moço naquele flat.



Próximo capítulo: | Almoço em família |
Dia 07/03


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